O presidente bielorrusso, Aleksandr Lukashenko, reeleito recentemente no país (Joe Raedle/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 20 de janeiro de 2011 às 14h00.
Moscou - O presidente bielorrusso, Aleksandr Lukashenko, advertiu nesta quinta-feira que o país vai elaborar duras medidas de resposta as possíveis sanções da União Europeia contra Belarus.
"Ordeno ao Governo o seguinte: no caso de alguém impor sanções econômicas ou qualquer outra ação contra o nosso país nós devemos responder imediatamente, preparar medidas de resposta, inclusive as mais duras", declarou Lukashenko durante uma sessão dedicada a vários assuntos de política interna.
Acrescentou que o país não tem intenção "de dobrar-se diante de ninguém" e que ninguém pode obrigá-los a baixar a cabeça, publicou a agência oficial bielorrussa "Belta".
Advertiu que "isso vale absolutamente para todos os que tentem pressionar ou bloquear o país, seja um grupo de países ou inclusive a União Europeia em sua totalidade".
"Hoje (quinta-feira) devemos estudar detalhadamente as medidas para a defesa de nossa soberania e nossos interesses econômicos e geopolíticos", acrescentou o líder bielorrusso.
Neste sentido, Lukashenko declarou que espera do Ministério de Assuntos Exteriores "propostas concretas para responder à campanha antibielorrussa do estrangeiro".
"Devemos elaborar uma série de medidas para evitar que nosso país se transforme em um peão de jogo de outros e que nossa economia, segurança e soberania recebam um golpe", disse.
Para o presidente, os "detratores" da Belarus "iniciaram um potente ataque a partir do exterior, e os meios imprensa estrangeiros fazem uma violenta campanha informativa" contra o país.
Horas antes, o plenário do Parlamento Europeu exigiu a imposição de novas sanções ao regime bielorrusso como resposta à repressão política após os distúrbios que seguiram às eleições presidenciais de 19 de dezembro.
Lukashenko será empossado nesta sexta-feira presidente após ser reeleito por outros cinco anos com 79,65% dos votos no pleito de dezembro, resultado criticado pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e que não foi reconhecido pelos Estados Unidos.
Cerca de 20 opositores, entre eles sete candidatos presidenciais, jornalistas e ativistas bielorrussos foram acusados de instigar e organizar os violentos distúrbios nos quais milhares de pessoas tentaram atacar a sede do Governo após o fechamento dos colégios eleitorais.
Às vésperas das eleições, a UE prolongou as sanções impostas contra Lukashenko e a 35 de altos funcionários após a fraude no pleito presidencial de março de 2006, embora as manteve congeladas por outros 12 meses.