Aleksandr Lukashenko, presidente de Belarus, é considerado o último ditador da Europa (China Photos/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 21 de setembro de 2012 às 19h27.
Moscou - As eleições legislativas de domingo em Belarus serão realizadas sob forte boicote, já que os dois principais partidos de oposição do país anunciaram que não vão participar do pleito, alegando que a legenda do presidente Aleksandr Lukashenko seria favorecida.
"Seis organizações políticas incentivaram os eleitores a não participar do pleito parlamentar", disse nesta sexta-feira o líder do Partido Cívico Unificado, Anatoli Lebedko.
O veterano dirigente opositor afirmou que seu partido e a Frente Popular de Belarus retiraram seus 70 candidatos ao Parlamento durante a campanha "Eleições limpas sem Lukasehnko".
"Nunca tínhamos visto nada assim, partidos políticos abandonando a corrida eleitoral. Belarus vive não apenas uma crise política e econômica, mas também uma crise do sistema eleitoral", disse.
A oposição considera que não tem sentido participar do pleito de domingo depois do que aconteceu nas eleições presidenciais de 2010, quando centenas de opositores e vários candidatos presidenciais foram presos.
O político lembra que menos de 1% dos membros das comissões eleitorais são opositores e que os meios de comunicação censuraram os discursos dos líderes de oposição durante a campanha.
Por tudo isso, a oposição se dedicará a exercer funções de observadores nos colégios eleitorais no domingo, quando serão realizadas apurações paralelas para contrastar com a contagem oficial.
O presidente bielorusso, Aleksandr Lukashenko, considerado o último ditador da Europa, criticou a oposição, que descreve como "Quinta Coluna" financiada pelo Ocidente.
Cerca de 2,5% dos eleitores já exerceram o direito de voto antecipado, procedimento que a oposição considera fraudulento.
Com relação a esse fato, Lebedko denunciou que o governo oferece dias livres aos universitários que votam antecipadamente, caso contrário, ameaça deixá-los sem vagas em albergues. Segundo o opositor, isso também afeta os trabalhadores de fábricas estatais, aposentados e até inválidos.