Protestos no Egito: beduínos dizem que o governo militar prometeu soltar os parentes detidos (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 31 de janeiro de 2012 às 12h41.
Beduínos egípcios capturaram nesta terça-feira 25 trabalhadores chineses no Sinai para exigir a libertação de seus parentes detidos em atentados na península entre 2004 e 2006, informou um funcionário dos serviços de segurança.
Os cidadãos, técnicos e engenheiros chineses, que trabalham para uma fábrica de cimento de propriedade militar na área de Lehfen, no centro de Sinai, foram sequestrados a caminho do trabalho, disse o funcionário.
"Os chineses não serão libertados até que nossas exigências sejam cumpridas", disse um manifestante beduíno à AFP.
Os manifestantes exigem a libertação de cinco beduínos detidos em conexão com um ataque no resort turístico de Taba em 2004.
Eles afirmam que o Conselho Supremo das Forças Armadas, que assumiu o poder no ano passado, quando uma revolta popular derrubou o presidente Hosni Mubarak, prometeu por diversas vezes libertar os beduínos.
Os chineses estão atualmente detidos em uma tenda em Lehfen, onde manifestantes bloqueiam a rodovia que leva ao nordeste do Sinai há três dias, segundo os beduínos.
Um funcionário dos serviços de segurança afirmou que as autoridades estão em negociação com os beduínos mais velhos para tentar resolver o problema.
Os principais resorts do Mar Vermelho, de Sharm el-Sheikh, Taba e Dahab, testemunharam ataques sangrentos entre 2004 e 2006, que mataram de 130 pessoas.
Os ataques foram reivindicados por um grupo islâmico até então desconhecido, que se autodenomina Al-Tawhid Wal-Jihad, e desferiram um grande golpe na indústria do turismo, uma das maiores fontes de renda estrangeira no Egito.