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'Bebê ariano perfeito' da propaganda nazista é judeu

Foto escolhida por Joseph Goebbels para ilustrar uma revista que mostrava a família ariana perfeita era, na verdade, de uma bebê judia

Montagem mostra Hessy Taft hoje e a capa da revista nazista: "criança ariana perfeita" era, na verdade, judia (Reprodução)

Montagem mostra Hessy Taft hoje e a capa da revista nazista: "criança ariana perfeita" era, na verdade, judia (Reprodução)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 2 de julho de 2014 às 12h09.

São Paulo - Uma descoberta e tanto após sete décadas da ascensão e queda nazista na Segunda Guerra Mundial.

Uma criança escolhida pessoalmente por Joseph Goebbels para estampar uma propaganda nazista que mostrava o exemplo de "criança ariana perfeita" é, na verdade, judia.

A mulher é Hessy Taft, de 80 anos, que vive hoje em Nova York e é professora de química.

Recentemente, ela doou uma cópia de uma revista nazista com sua foto na capa ao Memorial do Holocausto Yad Vashem, em Israel.

História

Hessy conta que, em 1935, quando tinha seis meses, sua mãe pediu a um famoso fotógrafo de Berlim, Hans Ballin, para tirar uma foto sua.

Meses depois da sessão de fotos no estúdio, a mãe de Hessy viu uma revista “Sonne ins Haus” ("Sol na Casa", uma publicação voltada para a família) com a sua foto na capa.

A edição era feita por um amigo direto do nazista Hermann Goering. A foto de Hessy fora escolhida pessoalmente por Goebbels.

A mãe foi atrás de Ballin e questionou o motivo dele permitir o uso da foto, já que sabia desde o começo que ela e a bebê eram judias.

O fotógrafo respondeu: "Queria fazer os nazistas parecerem ridículos".

"Eu sinto uma espécie de vingança, algo de satisfatório", conforme reportou o The Independent.

"Estou rindo agora, mas não teria sobrevivido se os nazistas descobrissem a origem da foto", completou.

Em 1938, o pai de Hessy foi preso pela Gestapo. A família se mudou para a Letônia e de lá foram para Paris.

Quando a cidade foi tomada pelos nazistas, fugiram para Cuba e, depois, chegaram aos Estados Unidos, em 1949.

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