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BCE tentará reverter crise europeia

Frankfurt- O Banco Central Europeu (BCE) realiza na quinta-feira sua reunião mensal em um contexto agitado, marcado pela desvalorização do euro e por uma nova crise de confiança nos bancos do continente que ameaça a incipiente reativação econômica. O Conselho de Governo, composto por seis membros do Comitê Executivo e por presidentes dos bancos centrais […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.

Frankfurt- O Banco Central Europeu (BCE) realiza na quinta-feira sua reunião mensal em um contexto agitado, marcado pela desvalorização do euro e por uma nova crise de confiança nos bancos do continente que ameaça a incipiente reativação econômica.

O Conselho de Governo, composto por seis membros do Comitê Executivo e por presidentes dos bancos centrais de 16 países da zona do euro, vai se reunir na sede da entidade em Frankfurt para revisar a política monetária. No encontro, não há dúvida de que a taxa de juros será mantida no nível histórico de 1%.

Uma vez mais, o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, terá uma missão perigosa. Cada uma de suas palavras será acompanhada atentamente pelos mercados, que temem que a crise da dívida propague-se pela Europa.

As novas projeções trimestrais do BCE, esperadas para quinta-feira, deverão, segundo os economistas, confirmar a incipiente reativação econômica.

As declarações alarmistas de quinta-feira feita por altos representantes do partido governista da Hungria, que compararam o estado das finanças públicas desse país ao da Grécia, foram suficientes para provocar uma nova onda de pânico.

As notícias positivas têm mais dificuldade em abrir caminho. A assinatura na segunda-feira pelos europeus de seu histórico fundo de emergência sem precedentes de 440 bilhões de euros e seu compromisso de endurescer a disciplina fiscal quase não impressionaram os mercados.


A entrada da Estônia na zona do euro no ano que vem, aprovada na terça-feira pelos ministros das Finanças da UE, teria sido festejada como um êxito da construção europeia se o contexto fosse diferente.

Nesse ambiente, o BCE não tem outra opção a não ser "manter sua função de administrador da crise", afirma Karsten Junius, economista do DekaBank.

"As novas tensões que apareceram no mercado monetário indicam que o setor bancário não solucionou esses problemas", destaca o economista.

Assim como ocorreu após a quebra do banco de investimento americano Lehman Brothers em setembro de 2008, os bancos - que enfrentam dificuldades, especialmente as instituições de poupança, pela crise da dívida - ameaçam asfixiar o acesso ao crédito existente, freando assim a frágil base da retomada econômica.

As entidades preferem depositar sua liquidez no BCE, a uma taxa muito baixa de 0,25%, em vez de emprestar dinheiro para outras instituições. Na segunda-feira, esses depósitos diários chegaram a um novo recorde de 361 bilhões de euros.

Paralelamente, a demanda por crédito de curto prazo no BCE aumentou.

Em dezembro, o BCE começou a aliviar essas medidas, para posteriormente reintroduzir algumas delas no início de maio, quando os governos concordaram sobre o mecanismo de apoio à zona do euro. Também quebrou um tabu ao decidir comprar títulos de países em grandes dificuldades fiscais (Grécia, Espanha, Portugal e Irlanda).

Jean-Claude Trichet deverá, sem dúvida, explicar-se novamente sobre o tema, segundo Marco Annunziata, da UniCredit, em especial sobre as divisões no Conselho de Governo.

O presidente do Bundesbank, Axel Weber, que oficialmente é candidato à presidência pelo BCE em 2011, criticou a medida, capaz, segundo ele, de politizar a instituição e gerar inflação.

Trichet defende, por sua vez, essa medida como um mal necessário para reestabelecer um bom funcionamento dos mercados de títulos de dívida.

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