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'BCE mostra que não deixará crise de crédito se repetir'

O anúncio do Banco Central Europeu de compra de papéis para melhorar o funding dos bancos é chave para entender que uma crise completa de crédito não vai ocorrer na UE

Mesmo com ação do BCE, há medo no ambiente financeiro global derivado dos problemas bancários (Eric Chan/Wikimedia Commons)

Mesmo com ação do BCE, há medo no ambiente financeiro global derivado dos problemas bancários (Eric Chan/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2011 às 11h36.

São Paulo - Há muito medo no ambiente financeiro global derivado dos problemas em bancos na Europa, em face da questão soberana, mas os mercados não devem experimentar um aperto de crédito nos moldes do que houve em 2008, na opinião do economista-chefe de mercados da gestora norte-americana Rockwell Global Capital, Peter Cardillo. Para o analista, o anúncio do Banco Central Europeu (BCE) de compra de papéis para melhorar o funding dos bancos é chave para entender que a repetição de uma crise completa de crédito não vai ocorrer na União Europeia.

Cardillo dá destaque à decisão do BCE de retomar o programa de compra de até 40 bilhões de euros em covered bonds (obrigações hipotecárias e do setor privado) emitidos por bancos, que havia sido utilizado em 2009, para aumentar a liquidez nos mercados. A decisão do BCE, estima o analista, é suficiente para abrandar a ansiedade dos investidores, enquanto os governos na região se movem a passos lentos, diante da necessidade de que todos os membros ratifiquem grande parte das propostas para a região.

Para o analista, a parte semelhante à crise de 2008 que pode ser testemunhada em escala global hoje está ligada à desaceleração da atividade econômica, mas não ligada a um credit crunch, como o experimentado com o colapso do Lehman Brothers. "O maior problema, claro, é tentar convencer os mercados de que os bancos na Europa, provavelmente, não serão estraçalhados", afirmou, em entrevista à Agência Estado. Hoje, no entanto, acrescenta Cardillo, dados econômicos fora dos EUA, em grande parte, apontam para atividade econômica fraca, mas não necessariamente recessão. "Os mercados (financeiros) globais não chegaram ao ponto no qual vamos ver uma recessão global", afirmou.

Os mercados acionários estão a caminho da melhora, na visão do estrategista. "Veremos os mercados acionários evoluindo bem neste trimestre. Esta percepção se baseia no fato de que ainda há bastante liquidez", afirmou. Parece haver um sentimento melhor nos mercados acionários hoje, enfatiza ele, com a percepção de que alguma resolução vai ocorrer. Nos EUA, disse ele, "podemos ver o S&P 500 perto de 1.275 pontos ou 1.300 pontos ao fim deste trimestre".

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