Os mercados preveem que o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, anunciará uma nova operação de injeção de liquidez com vencimento para um ano (Fabrice Coffrini/AFP)
Da Redação
Publicado em 6 de outubro de 2011 às 09h54.
Berlim - O Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter nesta quinta-feira as taxas de juros reitoras na zona do euro em 1,5%, apesar das tensões no mercado de dinheiro e na desaceleração econômica.
O BCE informou que o conselho de governo, reunido em Berlim, decidiu deixar inalterada a taxa de juros da facilidade marginal de crédito, à qual empresta dinheiro pelo período de um dia, em 2,25% e da facilidade de depósito, à qual remunera o dinheiro em 0,75%.
A maior parte dos analistas previa que o BCE manteria a taxa de juros reitora, mas alguns acreditavam uma baixa moderada devido ao fato de os bancos atravessarem dificuldades de financiamento e se recusarem a emprestar dinheiro entre eles pela desconfiança diante da incerteza sobre a Grécia e a possibilidade de declarar moratória.
É possível que o Conselho do BCE não tenha tomado a decisão de forma isolada e que alguns de seus membros tenham demonstrado serem favoráveis a baixa.
O presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, vai explicar em entrevista coletiva detalhes das deliberações do principal órgão executivo da entidade monetária europeia.
Os mercados preveem que Trichet anunciará uma nova operação de injeção de liquidez com vencimento para um ano com o objetivo de garantir que os bancos tenham condições suficientes para eliminar as tensões no mercado de dinheiro, uma medida aplicada no final de 2009.
Esta será o último comparecimento de Trichet como presidente do BCE na entrevista coletiva posterior às reuniões do conselho de Governo já que em 31 de outubro termina seu mandato à frente da entidade.
O conselho de Governo terá discutido também a possibilidade de reiniciar o programa de compra de bônus garantidos - na Espanha conhecidos como cédulas hipotecárias e territoriais - para facilitar o financiamento dos bancos.
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, propôs aos países da União Europeia uma ação conjunta para recapitalizar os bancos e eliminar seus ativos tóxicos.
Além disso, o Banco da Inglaterra manteve as taxas de juros em 0,5%, mas aumentou o equivalente a 86 bilhões de euros seu programa de emissão de dinheiro para reativar a economia e evitar a recessão, para um total de 315 bilhões de euros.
A intensificação das crises de endividamento na Europa, pela incerteza sobre a Grécia e o perigo de contágio para outros países maiores, reduziu notavelmente as previsões de crescimento e inflação.