Frankfurt - O Banco Central Europeu acredita que as taxas de juros na zona do euro estão apropriadas, que a inflação evoluirá moderadamente e que as medidas adicionais adotadas para acalmar os mercados não afetarão a política monetária.

Em seu boletim mensal, publicado hoje, a autoridade monetária defende as médias adicionais adotadas na reunião do conselho de Governo realizada no último dia 10 de maio em Lisboa, entre estas a compra direta de dívida pública e privada.

"Estas médias estão alinhadas para que não afetem à orientação da política monetária", assegura o BCE, que foi objeto de críticas porque consideram que ao intervir diretamente nos mercados de renda fixa pública e privada o BCE demonstra sua independência.

Com as medidas adotadas em Lisboa a intenção é "enfrentar as fortes tensões observadas em determinados segmentos do mercado, que estão dificultando o funcionamento do mecanismo de transmissão da política monetária, e, em consequência, a aplicação efetiva da política monetária orientada em direção à estabilidade de preços no médio prazo".

O conselho decidiu realizar intervenções nos mercados de renda fixa pública e privada da zona do euro no marco do Programa para os Mercados de Valores, "com o objetivo de assegurar a profundidade e liquidez nos segmentos de mercado com comportamento inadequado".

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O BCE assinalou que ao tomar esta decisão foi levada em consideração a declaração dos Governos da zona do euro que "adotarão todas as medidas necessárias para cumprir seus objetivos orçamentários neste ano e os anos seguintes, em consonância com os procedimentos sobre déficit excessivo e os compromissos para acelerar a consolidação fiscal.

Com relação à compra de dívida pública e privada, que já começou, o BCE assinalou que "o alcance das intervenções será determinado pelo conselho de Governo".

Garantiu que "o impacto das intervenções será neutralizado mediante operações específicas para reabsorver a liquidez injetada através do Programa para os Mercados de Valores".

Por outra parte, o BCE reitera sua análise econômica da zona do euro e a previsão de que a evolução dos preços se manterá moderada no horizonte temporário relevante para a política monetária.

A autoridade monetária confirma que a atividade econômica na zona do euro tem registrado uma expansão após um período de queda e acredita que a recuperação prossegue.

Os analistas do BCE preveem que o crescimento da economia na zona do euro seguirá sendo moderado em 2010, apesar de os padrões de crescimento irregulares em um entorno de incerteza elevada.

Neste contexto, o BCE considera que as taxas de juros, no nível histórico de 1%, seguem sendo "apropriados".

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