Trichet, presidente do BCE, poderá dar indicações sobre como a autoridade monetária atuará daqui para frente (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 7 de abril de 2011 às 09h55.
Por Cynthia Decloedt
Frankfurt - O Banco Central Europeu (BCE) elevou a taxa básica de juros da zona do euro para 1,25% ao ano, segundo informou na manhã de hoje. Com a medida, a taxa sai de seu menor nível da história, de 1% ao ano, em um movimento que já era esperado. A elevação é a primeira desde julho de 2008. A zona do euro reúne os 17 países que utilizam o euro como moeda.
O BCE é agora o primeiro grande banco central do mundo desenvolvido a subir o juro básico desde a crise financeira iniciada em 2008. A alta ocorre no momento em que um terceiro país do bloco, Portugal, é forçado a recorrer à ajuda financeira de seus parceiros na União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
As atenções agora se voltam para a entrevista do presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, que ocorre ainda nesta manhã. Trichet poderá dar indicações sobre como a autoridade monetária atuará daqui para frente. Espera-se que ele argumente que um aumento expressivo das pressões inflacionárias na zona do euro justifique o aumento dado no juro.
A inflação na zona do euro atingiu seu maior patamar em 29 meses em março, a 2,6%, e estima-se que a taxa se acelere nos próximos meses, atingindo 3% em junho. Esse patamar é muito superior ao objetivo do BCE de manter a taxa "abaixo, mas próxima" de 2% no médio prazo.
Os estrategistas acreditam, por outro lado, que Trichet irá suavizar o tom em relação ao adotado na entrevista após a reunião de março. Eles apostam que Trichet irá omitir a tradicional frase "forte vigilância" utilizada como um sinal de aumento do juro. No entanto, se ele a mantiver, a interpretação pode ser de mais um aumento do juro em maio.
O mais provável é que Trichet diga que o Conselho de Governadores do BCE, que decidem a política monetária, irá monitorar "de muito perto" todos os desdobramentos daqui em diante, indicando que as taxas ficarão inalteradas até junho, pelo menos. As informações são da Dow Jones.