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Batalha por cidade estratégica na Síria se intensifica

A ofensiva terminou com dezenas de combatentes mortos


	Tropas sírias: Al Qusair se encontra na estrada principal que une a cidade libanesa de Baalbek, uma das fortificações do Hezbollah.
 (Joseph Eid/AFP)

Tropas sírias: Al Qusair se encontra na estrada principal que une a cidade libanesa de Baalbek, uma das fortificações do Hezbollah. (Joseph Eid/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de maio de 2013 às 17h39.

Cairo - A luta pelo controle da estratégica cidade síria de Al Qusair continuou nesta segunda-feira com novos bombardeios e avanços das tropas governamentais, cuja ofensiva terminou com dezenas de combatentes mortos.

Enquanto o regime sírio garante ter recuperado boa parte da cidade, os rebeldes afirmam que o Exército, apoiado pela aviação e pelos milicianos do grupo libanês Hezbollah, só dominou algumas aldeias periféricas.

O porta-voz do Comando Supremo do rebelde Exército Livre Sírio (ELS), Qasem Saadedin, assegurou à Agência Efe por telefone que as tropas do regime se concentraram nos arredores de Al Qusair e bombardeiam a cidade de modo indiscriminado.

Segundo os números oferecidos pelo Observatório Sírio de Direitos Humanos, desde ontem, no início das operações contra este bastião dos rebeldes, morreram pelo menos 50 insurgentes e 28 combatentes do Hezbollah.

Al Qusair é uma cidade estratégica por sua proximidade da fronteira com o Líbano e sua localização entre Damasco e os redutos do regime do litoral mediterrâneo, onde vive a maioria alauita, a confissão do presidente sírio, Bashar al Assad.

Um dirigente rebelde na zona de Al Qusair, que pediu anonimato, reconheceu à Efe que o Exército e os milicianos do Hezbollah conseguiram avançar rumo à cidade, mas sem chegar a entrar nela.


Entre as aldeias dominadas pelo regime, segundo esta fonte, estão Akmam al Ward, Al Shumariya, Al Salumiya e Al Mubarquiya.

Este comandante insurgente explicou que as forças do regime e seus aliados dispõem de uma ampla cobertura aérea e que nos intensos bombardeios utilizam aviação militar e mísseis.

Quanto aos milicianos do Hezbollah, grande aliado de Damasco, assinalou que os combatentes do grupo xiita se dirigem rumo à cidade de Homs e penetraram 30 quilômetros em território sírio.

Por sua parte, a agência oficial síria "Sana" informou que o Exército governamental restabeleceu hoje a segurança em toda a zona oriental de Al Qusair, após "abater um grande número de terroristas".

No domingo, este meio do regime anunciou que o Exército controlava a prefeitura e os edifícios limítrofes, no centro da cidade, mas os ativistas negaram essa informação.

A "Sana" também assinalou que as tropas governamentais encontraram "um veículo militar israelense" em Al Quseir e divulgou imagens de um carro 4x4 acidentado, sustentando sua versão de que Israel apoia à oposição armada.


Sobre estas informações, um dos porta-vozes do ELS, Fahd al Masry, garantiu à Efe que o regime e o Hezbollah querem demonstrar que já venceram e que entraram em Al Qusair para "elevar a moral destruída de seus combatentes".

"O ELS está resistindo apesar da crueldade das batalhas e há oficiais (rebeldes) de alta categoria que juraram lutar até a morte ou a vitória", destacou.

Al Masry explicou que o regime considera a tomada de Al Qusair fundamental por ser uma entrada principal para atacar a cidade de Homs, outro reduto rebelde.

Além disso, Al Qusair se encontra na estrada principal que une a cidade libanesa de Baalbek, uma das fortificações do Hezbollah, e a síria Homs, motivo pelo qual sua conquista facilitaria a entrada de combatentes.

No Líbano, o ex-primeiro-ministro libanês Saad Hariri, líder das opositoras Forças do 14 de Março, qualificou de "criminosa" a participação do Hezbollah nos combates na Síria e advertiu que isto conduz seu país ao "abismo".

"O Hezbollah optou por clonar os crimes israelenses contra o Líbano e seu povo e aplicá-lo aos moradores de Al Qusair e das aldeias montanhosas de Homs", lamentou.

O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, reconheceu a presença de seus combatentes na Síria, mas assegura que é apenas para defender os libaneses que vivem em regiões fronteiriças, embora em seu último discurso tenha dito que "os amigos do regime de Damasco não o deixarão cair". 

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