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Batalha em Mosul gera escassez de comida, água e remédio

Segundo a ONU, até 200 mil pessoas ainda vivem atrás das linhas do Estado Islâmico na Cidade Velha de Mosul e em outros três bairros

Mosul, no Iraque: cerca de 700 mil pessoas, cerca de um terço da população da cidade antes da guerra, já fugiram (Andres Martinez Casares/Reuters)

Mosul, no Iraque: cerca de 700 mil pessoas, cerca de um terço da população da cidade antes da guerra, já fugiram (Andres Martinez Casares/Reuters)

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Reuters

Publicado em 29 de maio de 2017 às 10h06.

Bagdá - Dezenas de milhares de civis em partes de Mosul dominadas pelo Estado Islâmico estão tendo dificuldade para obter alimento, água e remédios, informou a Organização das Nações Unidas (ONU), depois de dias de uma ofensiva de forças do governo do Iraque apoiadas pelos Estados Unidos para tomar a cidade do norte.

Até 200 mil pessoas ainda vivem atrás das linhas do Estado Islâmico na Cidade Velha de Mosul e em outros três bairros, disse a coordenadora humanitária da ONU, Lise Grande, à Reuters, no domingo. Ela se pronunciou um dia depois de o Exército iraquiano ter iniciado uma nova ofensiva para ocupar as zonas dos militantes no lado oeste do rio Tigre.

O progresso tem sido lento, disse um assessor do governo do Iraque à Reuters também no final do domingo.

"O combate é extremamente intenso... a presença de civis nos obriga a ser muito cautelosos", disse, falando sob condição de anonimato.

As pessoas que conseguiram sair das áreas dos militantes "relatam uma situação dramática, inclusive falta de alimento, água limitada e escassez grave de remédios", informou Grande por telefone.

"Sabemos que havia instalações de saúde nestas áreas, mas não sabemos se ainda estão funcionando".

As forças governamentais vêm lançando panfletos sobre os bairros nos quais instruem as famílias a fugirem - mas muitas permanecem temendo ser vitimadas pela fogo cruzado.

"Fomos informados pelas autoridades que a evacuação não é obrigatória... se os civis decidirem ficar... serão protegidos pelas forças de segurança iraquianas", disse Grande.

"As pessoas que decidirem fugir serão encaminhadas a rotas seguras. A localização destas irá mudar dependendo de quais áreas estão sob ataque e da dinâmica do campo de batalha", acrescentou.

A arremetida mais recente do governo iraquiano é parte de uma ofensiva mais ampla em Mosul atualmente em seu oitavo mês. Ela está demorando mais do que o esperado porque os militantes estão entrincheirados entre os civis, retaliando com ataques suicidas em carros e motos, armadilhas explosivas, franco-atiradores e disparos de morteiros.

Seu alvo prioritário é a grande mesquita medieval de Al-Nuri e seu característico minarete inclinado na Cidade Velha de Mosul, onde a bandeira negra do Estado Islâmico está hasteada desde meados de 2014.

A queda de Mosul marcaria o fim de fato da metade iraquiana do "califado" declarado quase três anos atrás pelo líder do grupo, Abu Bakr al-Baghdadi, em um discurso na mesquita.

Cerca de 700 mil pessoas, cerca de um terço da população da cidade antes da guerra, já fugiram, buscando refúgio com amigos e parentes ou em campos.

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