A base aliada também rejeitou outros requerimentos de convites ao presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República (Renato Araújo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 26 de maio de 2011 às 00h03.
Brasília - A base aliada do governo na Câmara dos Deputados frustrou as tentativas da oposição de chamar o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, para explicar à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Casa o aumento de seu patrimônio.
Em questão de minutos, a base derrubou três requerimentos de deputados oposicionistas que pediam a presença de Palocci em audiências públicas da comissão. O objetivo é que o ministro esclareça o forte aumento de seu patrimônio, por meio de sua empresa Projeto, conforme notícias publicadas na imprensa.
"O governo mobilizou sua base para passar o rolo compressor na oposição", disse o líder do DEM na Câmara, deputado ACM Neto (BA), autor de dois dos requerimentos rejeitados nesta quarta.
A base aliada também rejeitou outros requerimentos de convites ao presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, Sepúlveda Pertence, e ao presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Antonio Gustavo Rodrigues, também relacionados às atividades da empresa de Palocci.
Havia um outro requerimento ao ministro Palocci na Comissão Mista de Orçamento, mas não chegou a ser votado nesta quarta-feira. Os deputados iniciaram a discussão sobre o tema, mas os trabalhos no Plenário da Câmara começaram e forçaram a comissão a encerrar a sessão.
O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), presente à sessão da CMO, argumentou que os órgãos competentes já foram acionados para apurar o enriquecimento de Palocci.
Pela manhã, após reunião com o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), a bancada evangélica decidiu que agiria com o governo no Congresso, inclusive contra a convocação do ministro Palocci.
A decisão foi tomada após a presidente Dilma Rousseff suspender a produção e distribuição de um kit anti-homofobia, em planejamento no Ministério da Educação.
O grupo de parlamentares havia prometido obstruir a pauta no Congresso, abrir uma CPI para investigar o MEC e trabalhar para a convocação de Palocci se fossem distribuídas as cartilhas que, segundo o grupo, continham estímulos ao homossexualismo.
A oposição tenta ainda instalar uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar a evolução patrimonial do ministro.