Barroso, presidente da Comissão Europeia, ainda não decidiu quando enviará a carta (Junko Kimura/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 17 de janeiro de 2011 às 12h31.
Bruxelas - O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, enviará uma carta aos líderes da União Europeia (UE) na qual solicitará uma ampliação da capacidade de atuação e de financiamento do fundo de resgate criado para ajudar os países da zona do euro afetados pela crise da dívida.
A informação foi confirmada nesta segunda-feira pela porta-voz Pia Ahrenkilde, que explicou que Barroso decidirá o momento adequado para enviar a carta.
Além disso, Ahrenkilde insistiu que a reforma do fundo de resgate deveria ser adotada "no máximo no próximo Conselho Europeu em fevereiro", como defendeu Barroso na semana passada, apesar da França e da Alemanha terem declarado nos últimos dias que não acreditam ser necessário adotá-la até março.
Fevereiro é a data que será defendida pelo comissário de Assuntos Econômicos e Monetários, Olli Rehn, na reunião dos ministros de Finanças da zona do euro marcada para tarde desta segunda-feira em Bruxelas, e na qual serão discutidas as diferentes possibilidades para ampliar "a capacidade de financiamento do fundo", assim como suas atribuições iniciais.
Fontes da UE explicaram que nesta tarde será feita uma "primeira discussão" em nível ministerial e que, por isso, não é de se esperar que dela saia "algo conclusivo" sobre a ampliação do fundo de resgate.
Criado pelos países da zona do euro, o fundo de resgate está dotado com 440 bilhões de euros, aos quais se soma a contribuição retirada do orçamento da UE administrada pela Comissão Europeia e a do Fundo Monetário Internacional (FMI), até chegar aos 750 bilhões de euros.
No entanto, o bloco europeu reconheceu que a capacidade do fundo está abaixo dos 300 bilhões de euros, já que precisa manter uma quantidade de capital para conservar uma melhor qualificação no mercado.
Neste sentido, sua ampliação responderia à necessidade de mostrar ao mercado que a União Europeia não só conta com a determinação de fazer o que for necessário para garantir a estabilidade da região, mas também tem os meios necessários para fazê-lo.
Além disso, o objetivo da ampliação dos usos teria por objetivo ajudar os países da região que estiverem cumprindo suas metas de redução do déficit fiscal e de reformas estruturais e que, apesar de tudo, estiverem enfrentando condições difíceis de financiamento no mercado.