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Barroso e Letta são vaiados em chegada a Lampedusa

Moradores de Lampedusa receberam com vaias e gritos de "assassinos" o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, e o chefe do governo, Enrico Letta

Enrico Letta, chefe do governo italiano: "Vergonha!", "Assassinos", gritaram os moradores de Lampedusa (Filippo Monteforte/AFP)

Enrico Letta, chefe do governo italiano: "Vergonha!", "Assassinos", gritaram os moradores de Lampedusa (Filippo Monteforte/AFP)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2013 às 09h11.

Lampedusa - Os moradores de Lampedusa receberam nesta quarta-feira com vaias e gritos de "assassinos" o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, e o chefe do governo italiano, Enrico Letta, que visitaram a ilha italiana diante da qual morreram centenas de imigrantes ilegais africanos.

"Vergonha!", "Assassinos", gritaram os moradores no aeroporto, agitando fotografias dos imigrantes na direção de Barroso e Letta, comprovou a AFP.

Os dois líderes viajaram acompanhados da Comissária Europeia de Assuntos de Interior, Cecilia Malmstrom, e do vice-primeiro-ministro e ministro do Interior da Itália, Angelino Alfano.

Mais de 300 imigrantes morreram na semana passada no naufrágio de seu barco perto da costa da ilha, que recebe um grande número de imigrantes ilegais.

"Deveriam estar envergonhados de si mesmos! Têm que resolver este problema humanitário", disse um dos manifestantes.

Barroso homenageou os imigrantes falecidos - em sua maioria eritreus - ante os 289 caixões com os corpos recuperados até o momento.

Cerca de 500 pessoas viajavam na embarcação; os trabalhadores dos serviços de emergência, pescadores e turistas só conseguiram resgatar 155 sobreviventes, razão pela qual espera-se que o número de vítimas fatais continue crescendo.

Os mergulhadores continuam trabalhando nas ações de recuperação de corpos.

As autoridades europeias e italianas também se reunirão com a guarda-costeira, com várias ONGs, personalidades locais e com um grupo de refugiados.

A visita ocorre em um contexto de tensão pelos últimos acontecimentos e pela superlotação existente no centro de acolhida da ilha, onde vivem os imigrantes clandestinos.

Lampedusa, com menos de 6.000 habitantes, critica Roma por não ter uma política de acolhida coerente e a Europa por não ser suficientemente solidária.

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