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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 15h41.
Washington - Os principais bancos do mundo pediram hoje ao Grupo dos Vinte (G20, que reúne os países ricos e os principais emergentes) que impulsione a cooperação multilateral durante sua próxima reunião em Seul (Coreia do Sul) para solucionar os grandes desafios macroeconômicos globais, entre eles a guerra de divisas.
"A cúpula do G20 do próximo mês em Seul precisa impulsionar ações coordenadas para enfrentar os grandes temas econômicos e cambiais", disse hoje o Instituto de Finanças Internacionais (IIF), que congrega mais de 400 bancos.
A associação destacou que existe uma perigosa tendência mundial ao unilateralismo.
Nesse sentido, o diretor executivo do IIF, Charles Dallara, declarou hoje em entrevista coletiva que a política monetária de expansão quantitativa (compra de dívida pública por parte do Federal Reserve - Fed, o banco central americano) está sendo aplicada "sem se pensar nas repercussões no resto do mundo".
O vice-presidente emérito do IIF, William Rhodes, destacou também que o débil crescimento dos Estados Unidos não pode ser solucionado apenas com política monetária e é preciso considerar outras medidas, como o estímulo fiscal.
"A política monetária não pode solucionar tudo", ressaltou.
Essas medidas provocaram uma depreciação contínua do dólar e, como consequencia, de algumas moedas asiáticas, algo que o Brasil e outros países denunciaram, já que reduz a competitividade.
Por sua vez, Dallara afirmou hoje que as tensões cambiais atuais refletem desequilíbrios estruturais de fundo nas grandes economias mundiais.
Além dos desequilíbrios econômicos, o IIF ressaltou que também é necessário agir de forma coordenada para que haja uma reforma financeira.
Nesse sentido, o presidente do Deutsche Bank e diretor do IIF, Joseph Ackerman, declarou que na Europa há vários países que discutem a imposição de impostos ao setor financeiro.
"Nosso desejo é que haja um só imposto para toda a União Europeia", disse Ackerman.
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