Canco Central da Grécia: a crise continua
Da Redação
Publicado em 15 de fevereiro de 2011 às 12h09.
Atenas - O gerente do Banco da Grécia, Georgios Provopoulos, pediu nesta terça-feira em Atenas ao Governo que acelere as reformas estruturais da economia que permitam decolar o crescimento necessário para a recuperação do país.
"É preciso acelerar as mudanças estruturais para alcançarmos um rápido crescimento", declarou Provopoulos ao entregar nesta terça o relatório da Política Monetária 2010-2011 do Banco da Grécia ao presidente do Parlamento, Filipos Petsalnikos.
Especificou que "Grécia deu importantes passos para enfrentar sua enorme dívida e sua frágil competitividade", em um período de dez meses desde o início de um rígido programa de reajuste econômico "que evitou a quebra da economia grega".
No relatório, a entidade bancária central prevê que este ano, a economia continuará sua contração e subirá o desemprego.
Para 2011, o banco vaticina uma contração de 3% do Produto Interno Bruto (PIB), mas não descarta uma percentagem maior.
A Autoridade de Estatística Grega (Elstat) cifrou nesta terça em 2,3% e 4,5% o retrocesso da economia do país em 2009 e 2010, respectivamente.
"A contração teve imediatas e diretas consequências no emprego e desemprego": em 2010 foram perdidos 100 mil postos de trabalho e o emprego se reduziu em 2,5%, assinala no relatório.
No total, a taxa de desemprego superou 12,5% em 2010 e se prevê "tendência de aumento do desemprego para este ano".
A recessão afetou o consumo e os investimentos desceram em 18% este ano.
A redução média da receita na Grécia alcançou 9% em 2010 e levou a uma inflação média anual de 4,7%.
O banco prevê que a receita sofrerá queda de 5% este ano, e reconhece que "a redução do déficit dos orçamentos estatais de 13,1% do PIB em 2009 para 8,4% em 2010 é só o começo dos esforços.
"As mudanças estruturais devem seguir avançando e é preciso acelerar o crescimento", insiste.
O banco está à espera do programa de medidas estruturais adicionais de médio prazo que apresentará o Governo grego em março e que deverão ser equivalentes a 5% do PIB para conseguir reduzir o déficit fiscal a 2,6% em 2014.
O relatório especifica que o objetivo conseguirá com o freio no desperdício das empresas e organismos estatais, e sua privatização, assim como com redução da evasão de impostos e a profunda reestruturação do setor público.
Grécia teve de recorrer a um empréstimo trienal em 2010 de parte da zona do euro e do Fundo Monetário Internacional (FMI), no valor de 110 bilhões de euros, para salvar-se da quebra.
Esse pacote de resgate está atrelado a uma série de severas medidas de austeridade e reformas estruturais.