Ban disse que é necessário mobilizar, de forma massiva, recursos financeiros, logísticos e de tratamento nos países afetados (Zoom Dosso/AFP)
Da Redação
Publicado em 15 de novembro de 2014 às 07h31.
Brisbane (Austrália)- O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu neste sábado aos líderes do G20 que intensifiquem seus esforços na luta contra o vírus ebola na África Ocidental e alertou sobre as consequências desse surto para a economia e a segurança internacionais.
Em Brisbane, cidade australiana que sedia a Cúpula do G20, Ban disse que é necessário mobilizar, de forma massiva, recursos financeiros, logísticos e de tratamento nos países afetados.
Também afirmou que as prioridades são deter a epidemia atual, tratar todas as vítimas, garantir a prestação de todos os serviços, preservar a estabilidade social, política e econômica dos países afetados, e prevenir a ocorrência de novos surtos.
'O ebola começou como um problema de saúde, por isso a comunidade internacional foi um tanto lenta em sua resposta. Agora, a crise é também econômica e de segurança, e afeta todos os espectros de nossa vida', disse o diplomata sul-coreano.
Ban comentou que a resposta da comunidade internacional ainda é insuficiente para combater a transmissão da doença e pediu mais esforços para isolar e tratar 70% dos casos de contágio e proporcionar lugares seguros e dignos para o sepultamento dos mortos.
Também solicitou que os líderes discutam sobre uma possível escalada nos preços dos alimentos, devido à interrupção da atividade agrícola, uma paralisação que poderia levar a uma crise alimentar que afetaria cerca de 1 milhão de pessoas.
Além disso, o secretário-geral da ONU pediu maior apoio aos profissionais de saúde na África que, destacou, 'não deveriam ser discriminados e colocados em quarentena quando retornam' de suas missões sem apresentar os sintomas da doença.
As Nações Unidas iniciaram a Missão de Resposta de Emergência ao Ebola (Unmeer), a primeira operação de emergência de saúda da organização internacional.
A epidemia de ebola, que atinge principalmente Libéria, Serra Leoa e Guiné, já causou mais de 5 mil mortes, segundo a última apuração da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os ministros da Economia dos países do G20 começaram na manhã de hoje sua reunião, enquanto a cúpula dos líderes deve começar dentro de algumas horas.
O principal objetivo do encontro é buscar formas de promover o crescimento da economia mundial e gerar postos de trabalho, mas há pressões de vários setores e organizações para que sejam mais ambiciosos.
Os países-membros do G20 representam 85% do PIB mundial, 80% do comércio global e concentram dois terços da população do planeta.