"Consideramos que o texto inclui várias ações", destaca uma mensagem de Ban lida no centro de convenções RioCentro, no Rio de Janeiro, onde ocorre a Rio+20 (Karen Bleier/AFP)
Da Redação
Publicado em 19 de junho de 2012 às 17h36.
Rio de Janeiro - O documento aprovado nesta terça-feira pelos delegados dos 193 países que participam da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) e que será apresentado na quarta-feira aos líderes mundiais no evento será capaz de gerar uma mudança global positiva, afirmou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
"Consideramos que o texto inclui várias ações", destaca uma mensagem de Ban lida no centro de convenções RioCentro, no Rio de Janeiro, onde ocorre a Rio+20. "Se essas ações forem implementadas, e se as medidas de acompanhamento forem cumpridas, o documento provocará uma grande diferença na geração de uma mudança global positiva".
O secretário-geral da ONU ressaltou que o texto resulta de intensas e prolongadas negociações e contém compromissos claros. "Como em todas as negociações, alguns países dirão que o texto poderia ser mais ambicioso e outros que suas propostas poderiam estar melhor refletidas. Mas temos de ser claros: em negociações multilaterais, é necessário ceder e receber", declarou Ban.
"Este é o único caminho a ser seguido se quisermos aproveitar as medidas necessárias para avançar em conjunto num caminho de desenvolvimento sustentável. Pessoalmente, estou muito satisfeito que as delegações tenham se unido para garantir o êxito da conferência e do futuro que queremos", concluiu o secretário-geral.
Com o sinal verde final de todas as delegações ao documento, denominado "O Futuro Que Queremos", fica pronto para ser apresentado aos cerca de 100 chefes de Estado e de governo que de quarta a sexta-feira participarão da Rio+20.
O texto estipulado, que conta com 283 parágrafos distribuídos em 6 capítulos e 49 páginas, tem como base a proposta brasileira, que reduziu significativamente o número de parágrafos do original que vinha sendo negociado em Nova York e eliminou as partes que geravam mais divergências.
No entanto, o otimismo de Ban Ki-moon se contrasta significativamente com as críticas de ONGs e de algumas nações. "A Rio+20 se transformou em um fracasso épico. A conferência falhou em termos de igualdade, de ecologia e de economia", afirmou Daniel Mittler, diretor de Políticas Públicas do Greenpeace.
Para o WWF, o documento está "longe de ser satisfatório de qualquer ponto de vista", enquanto a Oxfam fez um alerta sobre a pobreza extrema. "Esta cúpula poderia ter terminado antes de começar. Os líderes mundiais que chegam nesta noite devem começar de novo. Quase 1 bilhão de pessoas que passam fome merecem algo melhor".