Ban Ki-moon: "me dou por vencido em minhas aspirações em conseguir uma mudança no panorama político" (Maja Suslin / Reuters)
EFE
Publicado em 1 de fevereiro de 2017 às 08h45.
Seul - O ex-secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, anunciou nesta quarta-feira que não vai concorrer às eleições presidenciais que acontecerão ainda este ano na Coreia do Sul.
"Me dou por vencido em minhas aspirações em conseguir uma mudança no panorama político e de unir ao povo sob meu mandato", disse Ban, em uma improvisada entrevista coletiva na Assembleia Nacional divulgada pela agência "Yonhap".
Ban Ki-moon era o segundo candidato melhor avaliado nas pesquisas para ser novo presidente, atrás apenas de Moon Jae-in, ex-líder do principal bloco opositor, o Partido Democrático.
"Me senti muito frustrado pelas atitudes paroquiais e egoístas (dos círculos políticos do país) e cheguei à conclusão que não faz sentido tentar conseguir algo com sua cooperação", acrescentou.
Desde que retornou ao seu país no dia 12 de janeiro, após deixar seu cargo como secretário-geral das Nações Unidas, que ocupou entre 2007 e 2016, Ban tinha explorado a possibilidade de concorrer à presidência.
No entanto, diferentes partidos criticaram sua possível candidatura, ao tempo que vários veículos de imprensa acusaram Ban de receber um suborno quando era ministro das Relações Exteriores na década passada, pelas mãos de um empresário e também ligaram a seu irmão e seu sobrinho em um caso de corrupção.
A Coreia do Sul atravessa uma grave crise política após a descoberta do escândalo de corrupção de uma amiga íntima da presidente afastada Park Geun-hye.
O Tribunal Constitucional tem até maio para decidir se efetiva ou não esta decisão parlamentar e, se aprovar a cassação, as eleições presidenciais devem acontecer em um prazo de 60 dias.
Inclusive, mesmo que o tribunal rejeite o "impeachment", as eleições para eleger o chefe de Estado da Coreia do Sul já têm data para ser realizada, será no dia 16 de dezembro, pois é quando termina o mandato de Park.