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Baixa temperatura do verão de 2013 atrasou degelo no Ártico

O verão de 2013 foi "incomumente frio", equivalente às temperaturas que eram registradas no final dos anos 1990


	Os bancos árticos reduziram seu volume em 14% no verão entre 2010 e 2012, mas recuperaram 41% no mesmo período de 2013 graças a uma estação mais fria
 (Wikimedia Commons)

Os bancos árticos reduziram seu volume em 14% no verão entre 2010 e 2012, mas recuperaram 41% no mesmo período de 2013 graças a uma estação mais fria (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2015 às 09h56.

Paris - O gelo que flutua nas águas do Ártico recuperou 41% de seu volume em 2013 quando as temperaturas no verão (hemisfério norte) foram 5% mais baixas que nos anos precedentes, o que atrasou em alguns anos o recuo dos bancos, indicou a Agência Espacial Europeia (ESA) em comunicado divulgado nesta terça-feira.

Os bancos árticos reduziram seu volume em 14% no verão entre 2010 e 2012, mas recuperaram 41% no mesmo período de 2013 graças a uma estação mais fria, similar à registrada no final dos anos 90, explicou a ESA, em referência a um estudo do University College de Londres e da Universidade de Lede, publicado na "Nature Geoscience".

Os autores desse trabalho, que utilizaram os dados recolhidos pelo satélite CryoSat da ESA, concluíram que os gelos do Ártico são mais sensíveis ao degelo de verão que ao esfriamento invernal.

O verão de 2013 foi "incomumente frio", equivalente às temperaturas que eram registradas no final dos anos 1990 quando o aquecimento climático estava menos avançado, apontou a autora principal deste estudo e membro do Centro de Observação e Modelização Polar (CPOM), Rachel Tilling.

Isso permitiu aos bancos do norte da Groenlândia superar essa estação porque houve menos dias de degelo, ou seja, que "é possível recuperar uma porcentagem considerável se a temporada de degelo for mais curta do que o habitual", precisou Tilling.

O satélite Cyrosat, posto em órbita há 5 anos, permite quantificar e prever os efeitos da mudança climática sobre as reservas de gelo do planeta já que analisa os bancos dos oceanos polares e as camadas de gelo sobre a Antártida e a Groenlândia.

Desta maneira, é possível analisar as variações de volume que se produzem por efeito do aquecimento global e que fez com que desde o final dos anos 70 sua redução tenha sido constante.

A importância deste satélite está também em sua capacidade para conhecer o que ocorre debaixo de água, "que é onde se desenvolve a maior parte da ação", disse Tilling.

Antes do Cryosat -ressaltou a ESA- era complicado observar este fenômeno devido ao contínuo movimento do gelo que dificultava a tomada de medidas da região.

No entanto, com este satélite é possível obter mapas da extensão do gelo e medidas de sua espessura que oferecem uma radiografia completa.

Com esta tecnologia, a equipe desta investigação assegura estar mais perto de poder prever o comportamento e a duração dos bancos do Ártico, que são "um componente fundamental do sistema climático da Terra", segundo o diretor do CPOM, Andrew Shepherd.

Shepherd advertiu que, apesar do aumento significativo dos bancos durante o verão de 2013, o degelo seguirá produzindo "se as temperaturas seguirem aumentando".

Por essa razão, os autores deste estudo insistem na necessidade de controlar os bancos, inclusive quando a missão do satélite finalizar, para poder prever os efeitos da mudança climática e facilitar as atividades marítimas do Ártico. 

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