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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.
Washington - Cientistas americanos descobriram o potencial de bactérias marinhas para digerir petróleo, que podem ser vitais na limpeza do vazamento provocado pelo afundamento de uma plataforma da BP no Golfo do México, publicou hoje a revista "Science".
Um grupo de cientistas do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley (Berkeley Lab) analisou a atividade marinha em uma coluna de petróleo formada a mais de mil metros de profundidade, a 16 quilômetros do centro do poço.
O grupo dirigido por Terry Hazen, da divisão de Ciências da Terra de Berkeley e pesquisador principal junto com o Instituto de Biociências, descobriu que a atividade microbiana, liderada por uma nova espécie ainda não classificada, está degradando petróleo mais rápido do que o previsto.
Segundo os especialistas, essa degradação está acontecendo em regiões nas quais não há um nível significativo de oxigênio, o que fez com que esta bactéria da família das proteobactérias gama não tivesse sido muito estudada até agora.
"Nossos resultados mostram que o fluxo de petróleo alterou profundamente a comunidade microbiana por meio de um significativo estímulo das proteobacterias psicrófilas das águas profundas, que estão estreitamente relacionadas com micróbios conhecidos como degradantes do petróleo", explicou Hazen.
Os microorganismo psicrófilos são aqueles capazes de viver a temperaturas inferiores a 5°C.
"Este enriquecimento de microorganismos degradadores de petróleo psicrófilos, com sua rápida taxa de biodegradação do petróleo parece ser um dos principais mecanismos por trás da rápida diminuição da coluna de hidrocarbonetos que foi detectada dispersa nas águas profundas", acrescentou.
A análise de Hazen e seus colegas sobre os genes microbianos na coluna de petróleo revelou uma grande variedade de microorganismos degradadores de hidrocarbonetos, muitos deles relacionados com a concentração de diversos poluentes do petróleo.
Estes resultados, segundo Hazen, "demonstram que as populações microbianas de psicrófilos degradantes de petróleo e as comunidades microbianas associadas têm um papel significativo no controle final e nas consequências das concentrações de petróleo nas águas profundas do Golfo do México".
Hazen começou as pesquisas com sua equipe em 25 de maio, um mês depois do acidente com a plataforma da BP.
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