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Bachelet reordena prioridades após recuperação de terremoto

Três dias após o terremoto, o esforço do governo concentra-se em "restabelecer a normalidade", segundo o porta-voz Álvaro Elizarde


	Michelle Bachelet: presidente "solicitou uma análise dos danos permanentes para iniciar a etapa de reconstrução, quando a situação estiver normalizada"
 (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

Michelle Bachelet: presidente "solicitou uma análise dos danos permanentes para iniciar a etapa de reconstrução, quando a situação estiver normalizada" (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2014 às 20h03.

As regiões do norte do Chile se recuperavam nesta sexta-feira depois do terremoto de terça e dos fortes tremores secundários que forçaram a população deixar a costa, enquanto a presidente Michelle Bachelet reorganiza as prioridades do seu programa para os próximos meses.

Três dias após o terremoto, o esforço do governo concentra-se em "restabelecer a normalidade", segundo o porta-voz Álvaro Elizarde.

Em Arica, mais de 90% do fornecimento de energia elétrica foi restabelecido, enquanto na região de Tarapacá, principalmente na cidade de Alto Hospicio, a eletricidade voltou a menos da metade das casas, indicou o ministro da Energia, Maximum Pacheco.

A água estava disponível para mais de 80% das casas da cidade de Iquique e Alto Hospicio, as mais afetadas pelo terremoto, segundo a companhia Aguas del Altiplano.

O terremoto deixou sete vítimas fatais, incluindo um bebê de seis dias que faleceu em uma família desabrigada devido ao fenômeno.

"A menor e sua mãe estavam em situação de rua devido ao terremoto. Quando foi recolhida ao recinto assistencial, se constatou a morte do bebê por parada cardiorrespiratória", assinalou Juan Carlos Huilcamán, comissário de Iquique.

Os danos causados ​​pelo terremoto ainda não foram quantificados, mas foram registradas cerca de 2.500 casas afetadas.

Bachelet "solicitou uma análise dos danos permanentes para iniciar a etapa de reconstrução, quando a situação estiver normalizada", declarou Elizalde.

"Manteremos o estado de exceção constitucional (nas regiões atingidas do norte) por todo o tempo necessário", acrescentou.

Segundo o general Miguel Alfonso, responsável pela área do desastre, a região está retomando o seu abastecimento, o que permite garantir a distribuição de alimentos e de combustível para os próximos 20 dias.


Por causa do medo e da incerteza, "a população recorreu a um consumo excessivo de produtos básicos, mas sem perturbar a ordem pública ou provocar um aumento de preços", disse Alfonso à Rádio Cooperativa.

O governo ameaçou com sanções aqueles que especularem com os preços dos produtos de primeira necessidade, e a Promotoria de Tarapacá informou que até o momento foi registrada a detenção de um empresário do setor de transporte que aumentou o preço da passagem de ônibus após a catástrofe.

Também foi decretado alerta sanitário nas regiões afetadas, o que, segundo a ministra da Saúde Helia Milina, o envio de recursos e a compra de produtos de saúde.

O terremoto de 8,2 na escala Richter sacudiu terça-feira o norte do Chile foi seguido por tremores secundários fortes, sendo um de 7,6, o que causou a retirada da população que vive na costa.


Várias famílias optaram por passar a noite fora de suas casas nas zonas de segurança por medo de novos tremores.

As autoridades explicaram que as pequenas cidades do interior dessas regiões desérticas foram as mais afetadas devido à precariedade de suas construções, e a prioridade para eles era a restauração de canais de irrigação para evitar a perda de suas colheitas.

Bachelet reordena agenda

A presidente Michelle Bachelet, que retornou quinta-feira à tarde para Santiago após passar dois dias visitando as áreas mais afetadas, reuniu-se nesta sexta-feira com seu gabinete para discutir a situação de emergência e coordenar os próximos passos.

A presidente, que três semanas depois de iniciar sua segunda presidência precisou enfrentar um grande terremoto que matou seis pessoas, assumiu que deverá definir seu ambicioso plano de ação para os primeiros meses de governo.

"Pode ser que em algumas áreas demore um pouco mais, porque teremos que dedicar mais esforço para estas tarefas (de reconstrução e reabilitação)", disse a presidente.

Bachelet se comprometeu a realizar 50 medidas nos primeiros 100 dias de sua administração, entre as quais duas já foram submetidas ao Congresso.

O terremoto e o alerta de tsunami na terça-feira testou o governo recém-instalado de Bachelet.

Sua reação e firmeza contrastaram com a lentidão e indecisão mostrada em 2010, no final do seu primeiro mandato, quando o Chile sofreu um terremoto de magnitude 8,8 na escala Richter, seguido por um tsunami que matou mais de 500 pessoas.

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