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Avião da Embraer foi derrubado por sistema de defesa aérea russo, diz agência

Autoridades da Rússia e do Cazaquistão falam em ‘especulações’ e pedem que as pessoas aguardem os resultados das investigações

Agência o Globo
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Publicado em 26 de dezembro de 2024 às 11h50.

Última atualização em 26 de dezembro de 2024 às 12h01.

O avião da Azerbaijan Airlines que caiu e matou 38 pessoas na quarta-feira foi abatido por um sistema de defesa aérea russo, de acordo com quatro fontes ouvidas pela agência Reuters. A declaração foi feita inicialmente por Andriy Kovalenko, membro da segurança nacional ucraniana, que citou imagens de dentro do avião que mostravam “coletes salva-vidas perfurados”. Na sequência, outros especialistas militares e de aviação ecoaram a avaliação, que foi reproduzida até mesmo na mídia russa, onde foi citado que a aeronave pode ter sido confundida com um drone ucraniano.

A Rússia e o Cazaquistão, por sua vez, tentam conter as especulações sobre a causa da queda, com autoridades de ambos os países pedindo que as pessoas aguardem os resultados das investigações. A aeronave, que transportava 67 pessoas e voava da capital do Azerbaijão, Baku, para a cidade russa de Grozny, na Chechênia, caiu no Cazaquistão após desviar centenas de quilômetros de sua rota planejada.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou nesta quinta-feira que seria errado especular sobre as causas do incidente antes da conclusão do inquérito. E o presidente do Senado do Cazaquistão, Mäulen Äşimbaev, também enfatizou que a causa do ocorrido ainda é desconhecida, indicando que nenhum dos países envolvidos (Azerbaijão, Rússia ou o próprio Cazaquistão) têm “interesse em ocultar informações”.

"Os verdadeiros especialistas estão investigando e chegarão às suas conclusões. Todos os dados serão divulgados ao público", disse ele, citado pela agência TASS.

O canal Fighterbomber no Telegram, supostamente administrado por Ilya Tumanov, um capitão do Exército russo, divulgou um vídeo que mostrava buracos nos destroços do avião, que alguns sugeriram se assemelharem a danos causados por bombardeios. O Fighterbomber afirmou que era improvável que os buracos tivessem sido causados por um impacto com aves, como a companhia aérea havia alegado inicialmente, publicou o jornal britânico The Guardian.

O especialista em aviação cazaque Serik Mukhtybayev disse ao portal Orda que a queda do avião devido ao impacto com aves era “quase impossível”, dado a altitude em que a aeronave voava quando encontrou problemas. À AFP, um piloto militar francês afirmou, sob condição de anonimato, que as perfurações na cauda do avião “se parecem muito com o impacto de estilhaços” causados pela explosão de um míssil.

Popular blogueiro russo pró-guerra, Yuri Podolyaka disse que os buracos vistos nos destroços do avião eram semelhantes aos danos causados por “sistemas de mísseis antiaéreos”, acrescentando: “Tudo aponta para isso”. O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, por sua vez, afirmou que ainda era cedo para especular sobre as razões do acidente, mas que o mau tempo havia forçado a mudança de rota do avião.

Dados de rastreamento de voo do Flightradar24.com mostraram a aeronave realizando um movimento em forma de oito enquanto se aproximava do aeroporto. O site informou que o avião enfrentou “fortes interferências de GPS” que “fizeram a aeronave transmitir dados ADS-B incorretos”, referindo-se às informações que permitem que sites de rastreamento sigam os voos em tempo real. A Rússia já foi acusada no passado de interferir em transmissões de GPS na região.

Moscou emprega frequentemente tecnologia de interferência para se defender de ataques de drones, e alguns relatos sugerem que a Chechênia foi alvo de um ataque desse tipo pouco antes do acidente. Na manhã de quarta-feira, Khamzat Kadyrov, um oficial de segurança local e sobrinho do líder checheno Ramzan Kadyrov, escreveu no Instagram que “todos os drones foram abatidos com sucesso”.

O Cazaquistão afirmou que a caixa-preta do avião, que contém dados do voo para ajudar a determinar a causa do acidente, foi encontrada. Agora, as autoridades trabalham para identificar os corpos das vítimas do acidente. Dos 29 sobreviventes, 11 permanecem em terapia intensiva.

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