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Aviação iraquiana bombardeia jihadistas para salvar cidade

Aviação iraquiana prosseguia bombardeando os jihadistas do Estado Islâmico que sitiam a cidade turcomana xiita de Amerli

Combatente xiita treina antes de se unir às forças iraquianas na luta contra o EI (Haidar Hamdani/AFP)

Combatente xiita treina antes de se unir às forças iraquianas na luta contra o EI (Haidar Hamdani/AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de agosto de 2014 às 12h44.

Bagdá - A aviação iraquiana prosseguia bombardeando os jihadistas do Estado Islâmico (EI) que sitiam a cidade turcomana xiita de Amerli, onde já não há água para os habitantes, que temem ser vítimas de uma matança por parte dos islamitas radicais.

O avanço do EI - que proclamou um califado entre a Síria e o Iraque - gera uma crescente preocupação entre a comunidade internacional.

Ao menos nove países se comprometeram em enviar armas às forças curdas iraquianas, numa tentativa de conter os jihadistas.

Paralelamente, segundo o jornal The New York Times, o presidente Barack Obama está a ponto de tomar uma decisão sobre os bombardeios na Síria e busca constituir uma coalizão internacional.

Enquanto isso, a situação em Amerli, sitiada há dois meses pelo EI, é cada vez mais preocupante. Os habitantes carecem de água, alimentos e temem um massacre como o cometido pelos jihadistas contra os cristãos.

O exército iraquiano realizou nove bombardeios na terça-feira contra posições dos combatentes islamitas, segundo uma fonte militar.

Os habitantes de Amerli reclamavam há semanas uma intervenção militar.

"Não há no momento qualquer possibilidade de retirar os habitantes de Amerli e a ajuda que chega é limitada", lamenta Eliana Nabaa, porta-voz da missão da ONU no Iraque.

Os Estados Unidos também prosseguem com os bombardeios no norte do Iraque, onde conseguiu destruir veículos militares do EI.

Como as tropas curdas são a ponta de lança contra os jihadistas, o secretário da Defesa americana Chuck Hagel anunciou que sete países, além dos Estados Unidos, se comprometeram em entregar armas aos curdos.

"Além do apoio dos Estados Unidos e do governo iraquiano, sete países se comprometeram a proporcionar às forças curdas as armas e o equipamento de que necessitam de maneira urgente", declarou Hagel em um comunicado.

Os países em questão são Albânia, Canadá, Croácia, Dinamarca, Itália, França e Grã-Bretanha.

O presidente do Curdistão afirmou, por sua parte, que o Irã foi o primeiro país a fornecer material militar, elevando para nove os países envolvidos.

Situação incômoda com a Síria

Os Estados Unidos começaram a realizar voos de reconhecimento sobre a Síria para localizar potenciais alvos de ataques aéreos contra os jihadistas do EI, mas a operação não tem qualquer coordenação com o governo em Damasco, que também combate os jihadistas.

Na terça-feira, o porta-voz da Casa Branca Josh Earnest, afirmou que "não há qualquer projeto de coordenação com o regime sírio no momento em que enfrentamos esta ameaça terrorista", mas um funcionário sírio - que pediu para ter a identidade preservada - garantiu que "a cooperação já começou e os Estados Unidos passam informação a Damasco através de Bagdá e Moscou".

Na segunda-feira, o regime de Damasco havia anunciado sua disposição de cooperar em nível internacional, inclusive com Washington, para combater os jihadistas. O presidente Bashar al-Assad é acusado de ter atacado seu próprio povo ao reprimir brutalmente manifestações contra o governo que desencadearam uma guerra civil em março de 2011

O governo sírio também deixou claro que qualquer ataque em seu território precisa de sua cooperação, pois, caso contrário, consideraria a atitude uma "agressão".

O governo dos Estados Unidos, que efetuou mais de 100 ataques aéreos contra as posições do EI na região norte do Iraque desde 8 de agosto, cogitou na semana passada a possibilidade de atacar a vizinha Síria, após a decapitação do jornalista americano James Foley por combatentes do grupo ultra-radical.

Josh Earnest, no entanto, indicou que o presidente Barack Obama não tinha tomado uma decisão sobre eventuais ataques na Síria.

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