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Autoridades sul-coreanas iniciam remoção de destroços do avião que explodiu com 181 pessoas a bordo

Há apenas 2 sobreviventes; causa exata do acidente ainda é investigada

Agência o Globo
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Publicado em 3 de janeiro de 2025 às 09h24.

As autoridades da Coreia do Sul começaram, nesta sexta-feira, a remover os destroços do avião da Jeju Air que sofreu um acidente que matou 179 pessoas na semana passada, em um episódio considerado o pior desastre de aviação da história do país, com apenas dois sobreviventes.

A aeronave, que vinha de Bangkok, emitiu um chamado de emergência no domingo e aterrissou sem o trem de pouso no aeroporto de Muan, no sudoeste do país.

No final da pista, colidiu com um muro e pegou fogo. Todas as pessoas a bordo morreram, com exceção de dois membros da tripulação.

A causa do acidente ainda não está clara, mas os investigadores apontaram o choque com pássaros, uma possível falha no sistema de pouso ou o muro de concreto no final da pista como possíveis fatores.

"Hoje vamos retirar a seção traseira do avião com um guindaste", declarou nesta sexta-feira Na Won-ho, responsável pela investigação da polícia da província de Jeolla do Sul, em uma coletiva de imprensa no aeroporto de Muan.

"Esperamos encontrar destroços nessa seção. Para concluir tudo e obter resultados, devemos aguardar até amanhã, sábado", acrescentou.

Jornalistas da AFP observaram um grande guindaste levantando partes carbonizadas do avião, incluindo o que parecia ser um pedaço do motor.

A polícia prometeu determinar rapidamente a causa e as responsabilidades pelo desastre, mas o Ministério dos Transportes alertou que pode levar de seis meses a três anos para esclarecer os motivos do acidente.

Agentes da polícia realizaram buscas na quinta e sexta-feira em diversas dependências da companhia aérea Jeju Air e do operador do aeroporto de Muan em busca de provas.

A Coreia do Sul também anunciou inspeções em todos os aviões Boeing 737-800 operando no país, com foco especial no trem de pouso, que pode ter falhado no domingo.

A investigação está sendo liderada por autoridades sul-coreanas de segurança aérea, com o apoio da Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos, que intervém sistematicamente em casos de acidentes com aviões fabricados nos EUA.

A Administração de Aviação Civil da China (AACC) anunciou nesta sexta-feira que, após o acidente em Muan, realizou uma "inspeção abrangente nas pistas de pouso para identificar riscos de segurança" e revisou as medidas de prevenção contra choques com pássaros.

Os familiares das vítimas visitaram o local do desastre nos últimos dias para recuperar os pertences pessoais de seus entes queridos.

O que aconteceu?

O voo 2216 da Jeju Air, procedente de Bangkok e com 181 pessoas a bordo, explodiu ao aterrissar de emergência no aeroporto de Muan, a cerca de 290 quilômetros ao sul da capital Seul, às 9h03 deste domingo (21h03 de sábado em Brasília), de acordo com o Ministério de Território, Infraestrutura e Transporte.

Inicialmente, a queda foi atribuída a uma colisão com pássaros, já que, após ser alertado pelo aeroporto sobre um choque potencial com aves, a tripulação emitiu um pedido de socorro e arremeteu da primeira tentativa de pouso. Com permissão da torre de controle, fez um pouso de emergência na direção oposta, chocando-se com um muro de concreto. De acordo com Ju Jong-wan, um diretor de política de aviação do Ministério de Território, Infraestrutura e Transporte, aeronaves tinham permissão para pousar em ambas as direções do aeroporto.

Um vídeo transmitido pela emissora sul-coreana MBC mostra o avião pousando com fumaça saindo dos motores, aparentemente sem o trem de pouso. O avião derrapa na pista e explode ao se chocar com o muro.

Um passageiro avisou sua família por mensagem de texto que um pássaro colidiu com a aeronave, segundo a agência de notícias local News1. "Um pássaro ficou preso na asa, e não conseguimos pousar", dizia a vítima na mensagem.

A Yonhap informou que testemunhas relataram ter visto o motor da aeronave pegando fogo e ouviram várias explosões antes do pouso.

Quantas pessoas estavam no avião?

Havia 175 passageiros, incluindo dois tailandeses, e seis membros da tripulação. Das 181 pessoas a bordo, há dois sobreviventes e 179 mortos. De acordo com o site especializado Flightradar, o avião, um Boeing 737-800, havia entrado em serviço em 2009.

Qual é a causa do acidente?

A causa exata do acidente só será anunciada após uma investigação conjunta. Ambas as caixas-pretas — o gravador de dados de voo e o gravador de voz da cabine de comando — do voo foram encontradas, disse Ju Jong-wan, diretor de política de aviação do Ministério de Território, Infraestrutura e Transporte.

"Com relação às caixas-pretas, tanto o gravador de voz da cabine de comando quanto o gravador de dados de voo já foram recuperados", afirmou durante uma entrevista coletiva.

A colisão com pássaros pode causar grandes danos ao motor ou ao para-brisa e é a causa de muitos acidentes aéreos. Na maioria dos casos, esse tipo de colisão ocorre durante a decolagem ou o pouso, quando os motores estão a todo vapor.

Um dos casos mais famosos ocorreu em 2009, quando o piloto de um Airbus A320 da US Airways, com 155 ocupantes, conseguiu pousar no Rio Hudson, em Nova York, após uma colisão desse tipo.

O Aeroporto Internacional de Muan registra a maior taxa de colisões com aves na Coreia do Sul, segundo o jornal Guardian. De 2019 até agosto deste ano, foram relatados 10 incidentes envolvendo pássaros no local. A localização do aeroporto, próxima a campos e áreas costeiras, favorece a presença de aves.

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