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Autoridades souberam de brecha de segurança na CIA em 2016

As autoridades, que pediram para não ser identificadas, acreditam que os documentos publicados pelo WikiLeaks são autênticos

CIA: investigadores estão se concentrando em prestadores de serviços da CIA como a fonte provável do vazamento de material ao site (Larry Downing/Reuters)

CIA: investigadores estão se concentrando em prestadores de serviços da CIA como a fonte provável do vazamento de material ao site (Larry Downing/Reuters)

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Reuters

Publicado em 8 de março de 2017 às 21h57.

Washington/Berlim - Autoridades de segurança e da inteligência dos Estados Unidos disseram nesta quarta-feira que estão cientes desde o fim do ano passado de uma brecha de segurança na CIA e estão focando em prestadores de serviços como prováveis fontes de documentos repassados ao grupo WikiLeaks detalhando ferramentas de ciberespionagem da agência de inteligência.

As autoridades, que pediram para não ser identificadas, disseram à Reuters que acreditam que os documentos publicados pelo WikiLeaks na terça-feira sobre técnicas da CIA usadas entre 2013 e 2016 são autênticos.

Investigadores estão se concentrando em prestadores de serviços da CIA como a fonte provável do vazamento de material ao site, afirmaram as autoridades.

O grupo publicou o que disse serem quase 8 mil páginas de discussões internas da CIA sobre técnicas de invasão cibernética usadas entre 2013 e 2016.

Os documentos mostram que hackers da CIA podiam acessar aparelhos iPhones, Android e outros para capturar mensagens de texto e voz antes de serem criptografadas.

A Casa Branca disse na quarta-feira que o presidente Donald Trump estava "extremamente preocupado" com uma violação de segurança da CIA que levou à divulgação do Wikileaks, e que o governo seria duro com os autores dos vazamentos.

"Qualquer um que vaze informações sigilosas será atingido pelo mais alto grau da lei", afirmou o porta-voz Sean Spicer a repórteres.

Uma autoridade com conhecimento da investigação disse que as empresas que são contratadas pela CIA têm verificado quais dos seus funcionários tiveram acesso ao material que o Wikileaks publicou e, em seguida, estão verificando os registros de seus computadores, e-mails e outras comunicações.

Uma razão pela qual a investigação está focada em um potencial vazamento por parte dos prestadores de serviço, em lugar de, por exemplo, um hackeamento da inteligência russa, disse outra autoridade, é que até agora não há provas de que as agências de inteligência russas tentaram explorar qualquer material vazado antes de ser publicado.

Uma autoridade europeia, falando sob a condição de anonimato, disse que o material do Wikileaks poderia de fato levar a uma cooperação mais estreita entre agências de inteligência europeias e contrapartes norte-americanas, que compartilham preocupações sobre as operações de inteligência russas.

As agências de inteligência norte-americanas acusaram a Rússia de tentar influenciar as eleições presidenciais dos EUA no ano passado em favor de Trump, incluindo a invasão de emails do Partido Democrata. Moscou negou a alegação.

Um dos principais problemas de segurança foi que o número de prestadores de serviços com acesso à informação de mais alto sigilo "explodiu" devido a restrições orçamentárias federais, disse uma autoridade dos EUA.

A Reuters não pôde verificar imediatamente o conteúdo dos documentos publicados. Na terça-feira, vários prestadores de serviços e especialistas em segurança cibernética disseram que os materiais pareciam legítimos.

Nesta quarta-feira, a procuradoria federal da Alemanha disse que irá analisar os documentos do WikiLeaks porque alguns deles dão a entender que a CIA opera um centro de ciberespionagem no consulado de Frankfurt.

"Estamos analisando isso muito cuidadosamente", disse um porta-voz da procuradoria federal à Reuters. "Iremos iniciar uma investigação se virmos indícios de atos criminosos concretos ou de perpetradores específicos."

As revelações mais recentes surgiram dias antes de uma visita programada da chanceler alemã, Angela Merkel, a Washington para um primeiro encontro com Trump, que criticou Berlim duramente em tópicos que vão de sua política externa ao que considera níveis inadequados de gastos militares.

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