Militares no Sudão do Sul: corpos correspondem a pessoas falecidas durante os choques registrados na zona nas últimas semanas entre rebeldes e Exército (George Philipas/Reuters)
Da Redação
Publicado em 29 de janeiro de 2014 às 12h05.
Juba - As autoridades sul-sudanesas encontraram cerca de 500 corpos nas buscas realizadas entre terça e quarta-feira em bairros residenciais da cidade de Bor, capital do estado de Jonglei (ao nordeste de Juba), a maioria deles de mulheres, crianças e idosos.
Segundo disse à Agência Efe o diretor da comissão de assistência e reabilitação de Jonglei, Gabriel Dineq Ayak, os corpos correspondem a pessoas falecidas durante os choques registrados na zona nas últimas semanas entre rebeldes e Exército pelo controle de Bor, acrescentou a fonte.
Ayak afirmou também que continuam as operações de busca de novos corpos em bairros residenciais da cidade, embora o enterro dos restos mortais já começou e se estenderá durante os próximos dois dias.
Isto ocorre no marco dos trabalhos de "inspeção, busca e limpeza" da cidade, para onde os deslocados já começaram a retornar após ter foragido durante o conflito das últimas semanas.
"Estamos tentando limpar a cidade e enterrar os mortos, que foram assassinados pelos rebeldes, e ainda buscamos mais corpos em distintas zonas da cidade", especificou Ayak.
A mesma fonte destacou que a tranquilidade voltou à cidade depois que as forças governamentais retomaram seu controle.
O conflito no Sudão do Sul explodiu em 15 de dezembro, quando o presidente do país, Salva Kiir, acusou seu ex-vice-presidente e atual líder rebelde, Riek Mashar, de uma tentativa golpista.
Cerca de 10 mil pessoas faleceram durante os enfrentamentos, segundo cálculos do Grupo Internacional de Crise, uma organização internacional não governamental especializada na análise de conflitos.
Pelo menos 335 mil pessoas se viram obrigadas a abandonar seus lares pela violência no Sudão do Sul e 78 mil se refugiaram nos países vizinhos, calculou na terça-feira o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).