Rod Rosenstein: alguns democratas deixaram o encontro dizendo não estarem satisfeitos com as informações (Joshua Roberts/Reuters)
Reuters
Publicado em 19 de maio de 2017 às 19h31.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu demitir o chefe do FBI James Comey antes de o vice-secretário de Justiça norte-americano, Rod Rosenstein, escrever um memorando destacando suas próprias preocupações, disse Rosenstein em comunicado nesta sexta-feira, que dá credibilidade à versão de Trump sobre os eventos.
Quando a demissão de Comey foi anunciada neste mês, autoridades da Casa Branca inicialmente apontaram o memorando de Rosenstein como uma razão para a demissão do diretor do FBI, que supervisionava uma investigação sobre possível conspiração entre a Rússia e a campanha de Trump durante a eleição presidencial norte-americana de 2016.
Trump disse em entrevista subsequente à NBC News que estava planejando demitir Comey antes de receber o memorando de Rosenstein.
Em um comunicado nesta sexta-feira visto pela Reuters, Rosenstein escreve: "Informei o secretário sênior que o presidente estava removendo o diretor Comey e que eu estava escrevendo um memorando ao secretário de Justiça resumindo minhas próprias preocupações".
No comunicado, inicialmente relatado pela NBC News, Rosenstein destaca algumas de suas preocupações sobre a performance de trabalho de Comey.
Mas, próximo ao fim do documento de duas páginas e meia, Rosenstein escreve: "Meu memorando não é uma afirmação de razões para justificar uma demissão".
Após Rosenstein informar membros da Câmara dos Deputados nesta sexta-feira, o deputado Darrell Issa foi perguntado por repórteres se Rosenstein indicou se alguém havia pedido ou encorajado que escrevesse o memorando sobre Comey.
"Não acredito que ele indicou que alguém o direcionou, mas de fato ele escreveu o memorando", disse Issa, que, assim como Trump, é republicano.
Alguns democratas deixaram o encontro dizendo não estarem satisfeitos com as informações dadas por Rosenstein. "Houve uma apresentação seguida por perguntas e respostas, e não muitas respostas", disse o deputado democrata Charles Crist.