Mundo

Autor de tiroteio em aeroporto dos EUA pode ser condenado à morte

Esteban Santiago, ex-militar que sofria transtornos psicológicos após servir no Iraque, responde criminalmente por ataque que deixou 5 mortos em aeroporto

Esteban Santiago é apontado como o autor de tiroteio em aeroporto da Flórida (Reprodução/Reuters)

Esteban Santiago é apontado como o autor de tiroteio em aeroporto da Flórida (Reprodução/Reuters)

E

EFE

Publicado em 8 de janeiro de 2017 às 17h37.

Última atualização em 8 de janeiro de 2017 às 17h41.

Miami - Esteban Santiago, um ex-militar que sofria transtornos psicológicos após servir no Iraque, enfrentará três penas federais que podem condená-lo à pena de morte, segundo anunciou neste domingo a Procuradoria do Distrito Sul.

O FBI continua hoje desentranhando as motivações que levaram este ex-membro da Guarda Nacional dos EUA a escolher o aeroporto de Fort Lauderdale para cometer o ataque, enquanto o atirador fará nesta segunda-feira seu primeiro comparecimento em um juizado de Fort Lauderdale para a leitura das acusações.

A Procuradoria do Distrito Sul acusa Santiago de realizar um ato de violência contra pessoas em um aeroporto internacional, usar uma arma de fogo durante e em relação a um crime violento, e causar a morte de uma pessoa mediante arma de fogo.

Se for considerado culpado, o atirador, nascido em Nova Jersey e criado em Porto Rico, pode ser sentenciado à pena de morte, segundo o comunicado da procuradoria.

O procurador deste distrito, Wilfredo Ferrer, afirmou que as acusações apresentadas "refletem a gravidade da situação" após o tiroteio provocado por Santiago na área de retirada de bagagens do terminal 2 do aeroporto na sexta-feira passada e que deixou cinco mortos e seis feridos.

Tal como informaram a autoridades, Santiago adquiriu uma passagem de ida em Anchorage (Alasca), onde residia, e voou até Mineápolis, de onde depois subiu em outro avião para aterrissar em Fort Lauderdale, com uma pistola semiautomática de 9 milímetros e dois carregadores no interior da única mala que despachou.

Documentos judiciais descrevem que o ex-militar recolheu sua mala, foi ao banheiro para carregar sua arma, saiu e disparou contra a primeira pessoa que viu, para depois continuar o ataque, durante o qual majoritariamente atirou na cabeça das vítimas, até esvaziar toda a munição que continha, após o que se entregou às autoridades.

Os investigadores acreditam que Santiago teria planejado o ataque, dado que recentemente começou a vender alguns pertences pessoais e desenvolveu uma conduta mais errática, tal como assinalaram às autoridades familiares e amigos do atirador.

Sua tia María Ruiz Rivera, que vive em Nova Jersey, declarou à emissora "CNN" que o ex-militar "tinha visões todo o tempo" e que "sua cabeça não estava bem".

Santiago se uniu no final de 2007 à Guarda Nacional de Porto Rico e em abril de 2010 foi destacado ao Iraque, onde permaneceu por dez meses.

Seu irmão, Bryan Santiago, que mora em Porto Rico, afirmou à emissora "Telemundo" que após, servir no Iraque, o militar começou a sofrer transtornos psicológicos.

O FBI confirmou que em novembro do ano passado Santiago entrou em um escritório desta agência federal em Anchorage (Alasca) e disse que o governo dos EUA controlava sua mente e o obrigava a ver vídeos do grupo Estado Islâmico (EI), e que também ouvia vozes.

Os agentes federais descobriram que nesse momento Santiago tinha deixado em seu carro seu filho de poucos meses e uma pistola, que lhe foi confiscada.

O jovem foi direcionado então para uma revisão psicológica por um período de quatro dias, ao final da qual recebeu alta, sem nenhum tratamento a seguir.

"Quatro dias para um cara que falou com o FBI sobre essas coisas (...) Vai ao FBI dizendo que (estava) escutando vozes, que a CIA está dizendo que precisa unir-se ao EI", ponderou o irmão à "Telemundo", após criticar a atitude do governo federal por deixá-lo em liberdade.

Bryan Santiago acrescentou que, em uma recente visita que fez a seu irmão no Alasca, este lhe relatou que escutava vozes e que achava que o seguiam, perante o que lhe recomendou que pedisse ajuda profissional.

"Quero dizer ao povo americano e internacional que ele, antes disso (o ataque), foi ao escritório do FBI em Anchorage, Alasca, pedindo ajuda", ressaltou Bryan Santiago.

A arma confiscada do ex-militar, que trabalhava como agente de segurança no Alasca, lhe foi devolvida um mês depois e, segundo o FBI, Santiago teria utilizado essa pistola no ataque de Fort Lauderdale. EFE

Acompanhe tudo sobre:CrimeEstados Unidos (EUA)MiamiViolência urbana

Mais de Mundo

Trump nomeia Chris Wright, executivo de petróleo, como secretário do Departamento de Energia

Milei se reunirá com Xi Jinping durante cúpula do G20

Lula encontra Guterres e defende continuidade do G20 Social

Venezuela liberta 10 detidos durante protestos pós-eleições