O ultradireitista norueguês disse ter encontrado 200 falhas no relatório psiquiátrico, desde erros linguísticos a passagens que, segundo ele, foram "inventadas" (Lise Aserud/AFP)
Da Redação
Publicado em 4 de abril de 2012 às 06h27.
Copenhague - O ultradireitista Anders Behring Breivik, autor confesso dos atentados que deixaram 77 mortos na Noruega em 22 de julho do ano passado, criticou nesta quarta-feira em carta aberta o relatório psiquiátrico que o declara legalmente deficiente e assegurou que não está louco.
Breivik defendeu que não se encontrava em estado psicótico quando matou 77 pessoas em um duplo atentado e que, portanto, não deve ser enviado a um hospital psiquiátrico, mas condenado a pena de prisão no julgamento que começará no próximo dia 16.
"Ser declarado deficiente é a pior coisa que poderia acontecer e a humilhação definitiva", escreve o fundamentalista cristão na carta aberta de 38 páginas, cujo conteúdo foi divulgado hoje pela imprensa norueguesa.
Enviar um 'ativista político' a um hospital psiquiátrico 'é mais sádico e perverso que matá-lo, é um destino pior que a morte', afirma Breivik.
O ultradireitista norueguês disse ter encontrado 200 falhas no relatório psiquiátrico, desde erros linguísticos a passagens que, segundo ele, foram "inventadas" pelos especialistas para fazê-lo parecer um doente mental.
O exame mental indicou que Breivik é um psicopata e que está legalmente deficiente, mas o tribunal de Oslo encarregou outros especialistas de um novo estudo psiquiátrico, após as críticas ao relatório inicial.
Se o novo relatório, que será apresentado na próxima terça-feira, for concluído com o mesmo diagnóstico, a Promotoria então manterá seu pedido inicial e Breivik será internado em um centro psiquiátrico.
Por outro lado, se for determinado que Breivik não é um doente mental e que, portanto, está legalmente capacitado, a Promotoria poderá pedir uma pena de prisão ou de custódia - que na prática pode equivaler a uma cadeia perpétua - de 21 anos, o máximo segundo a legislação local.