Imigrantes: agência de refugiados da Organização das Nações Unidas criticou o projeto (REUTERS/Laszlo Balogh)
Da Redação
Publicado em 3 de novembro de 2015 às 11h02.
Viena - Diante de um número recorde de pedidos de asilo este ano, o governo da Áustria propôs nesta terça-feira um projeto de lei severo para deter a entrada de afegãos, o que a agência de refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU) criticou pela possibilidade de aumentar o sofrimento dos imigrantes.
A medida surge na esteira do pedido do ministro do Interior da Alemanha para que os afegãos, que representam uma grande porção das centenas de milhares de imigrantes que procuram refúgio na Europa, permaneçam em seu país-natal.
A nova lei austríaca obrigaria a maioria dos afegãos a esperar três anos, em vez de um ano como determinado pela legislação atual, para poderem levar familiares para a Áustria. Eles também teriam que possuir fonte de renda independente, plano de saúde e um apartamento.
O pequeno país alpino é a primeira nação do oeste europeu que os milhares de imigrantes do Oriente Médio e além alcançam durante sua jornada rumo ao oeste, e é uma das principais rotas para aqueles que querem seguir para a Alemanha e o norte da Europa.
“Esta é uma decisão política. Tornar as regras da reunificação familiar mais rígidas afeta principalmente os afegãos”, afirmou a ministra do Interior austríaca, Johanna Mikl-Leitner, à rádio ORF ao explicar o projeto de lei. “É importante para nós criar regras claras e, obviamente, diminuir o atrativo (representado pela Áustria).
O escritório vienense do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) criticou de imediato as novas regras de reunificação familiar, que segundo a entidade irão aumentar o sofrimento pessoal e atrapalhar a integração. Muitos imigrantes são homens jovens que esperam poder levar seus parentes assim que encontram asilo na Europa.
"Se maneiras legais (de imigrar) estiverem sendo cortadas, as pessoas irão usar traficantes de pessoas e assumir riscos maiores do que foi o caso até agora para poderem se reunir às suas famílias e viver com elas em segurança”, declarou Christoph Pinter, chefe do Acnur da Áustria.