Proposta enviada ao Parlamento é para equiparar pena de sabotagem com financiamento do terrorismo (Vasily Fedosenko/Reuters)
EFE
Publicado em 19 de setembro de 2018 às 15h12.
Última atualização em 19 de setembro de 2018 às 15h15.
Sydney - O primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, pediu nesta quarta-feira que as penas aplicadas ao crime de sabotagem de alimentos sejam equiparadas às de financiamento do terrorismo.
O pedido foi feito por causa da crise provocada no país pela sabotagem de morangos. Várias agulhas têm sido encontradas dentro das frutas vendidas no comércio australiano.
"Quem comete um crime de falsificação ou roubo de propriedade do Estado leva dez anos (de prisão). A pena é de 15 anos para a condenação por posse de pornografia infantil ou financiamento do terrorismo", disse Morisson em entrevista coletiva.
O primeiro-ministro afirmou que quer enviar uma "mensagem muito clara" aos responsáveis pela crise iniciada na semana passada com a ampliação da pena do crime de sabotagem para 15 anos de prisão.
A proposta, que deve ser aprovada ainda nesta semana no Parlamento, também deve modificar a definição de sabotagem, que normalmente se refere às infraestruturas nacionais, para incluir os alimentos de consumo humano.
Morisson também afirmou que irá propor a criação do crime de "imprudência", que poderá ser punido com até dez anos de prisão. O objetivo é punir os que cometeram atos de sabotagem agrícola.
O governo da Austrália também quer encontrar os responsáveis pela sabotagem da produção de morango, que responsável por movimentar US$ 115 milhões por ano no país.
O ministro do Interior, Peter Dutton, escreveu que já foram registrados mais de cem casos de agulhas inseridas em morangos, a maioria no estado de Queensland. Serão destinados cerca de US$ 720 mil aos produtores da região para minimizar os danos.
Dutton também anunciou uma recompensa de US$ 71 mil para aqueles que tiverem informações sobre os culpados.
Após a Nova Zelândia ter proibido a venda dos morangos australianos, Morrisson anunciou que as frutas exportadas deverão estar livres de metais, o que obrigou várias empresas a comprar detectores de metal para tentar localizar as agulhas.
As agulhas começaram a ser encontradas nos morangos na semana passada, o que fez com que as autoridades pedissem aos consumidores para cortá-los em pedaços pequenos antes de ingeri-los.