A ministra das Relações Exteriores da Austrália, Julie Bishop (Yuya Shino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 21 de julho de 2014 às 10h07.
Sydney - A ministra das Relações Exteriores da Austrália, Julie Bishop, pediu que não se utilizem os corpos das vítimas do MH17 como "moedas de troca" enquanto tenta uma resolução da ONU a favor de uma investigação internacional.
Bishop, que está nos Estados Unidos, busca apoios para uma resolução vinculativa do Conselho de Segurança da ONU para que os rebeldes pró-russos permitam o "acesso total e sem restrições" de investigadores à região onde foi derrubado o avião.
Os rebeldes levaram cerca de 200 corpos a um trem com vagões refrigerados a cerca de 15 quilômetros do ponto onde se encontram os restos do avião, que caiu com 298 pessoas a bordo, 37 deles cidadãos e residentes australianos.
"É completamente degradante que o local tenha sido alterado e que as provas tenham sido retiradas", disse Bishop à emissora "ABC".
A resolução impulsionada pela Austrália não menciona especificamente a Rússia como responsável, mas pede que "todos os estados e atores na região cooperem totalmente em relação a uma investigação internacional do incidente, incluindo o imediato acesso ao local onde (o avião) caiu", segundo a "ABC".
A minuta, que se pretende submeter à votação esta semana, acrescenta que estas ações permitirão reforçar a segurança da aviação civil e prevenir "que se recorra ao uso da força contra civis".
Apesar de a Rússia, como membro do CS, poder vetar a iniciativa, Bishop pediu a todos os países para apoiar a devolução dos corpos das vítimas a seus familiares.
O primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, uma das vozes mais críticas a Moscou pela tragédia, falou na noite de domingo com o presidente russo, Vladimir Putin, pela primeira vez desde que o avião foi derrubado.
"Disse as coisas corretas e agora tem que ser tão bom como suas palavras", disse Abbott a uma rádio australiana onde mostrou sua confiança em manter o diálogo com Putin.