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Austrália desvia voos após exercícios militares chineses com "fogo real" em águas próximas

Aeronaves das empresas Emirates, Qantas e Air New Zealand estão entre as aeronaves que precisaram alterar a rota

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 21 de fevereiro de 2025 às 12h56.

Última atualização em 21 de fevereiro de 2025 às 13h05.

As autoridades da Austrália começaram, nesta sexta-feira, 21, a desviar voos para evitar três navios de guerra chineses que realizam exercícios militares com fogo real em águas próximas à sua costa, uma medida incomum de Pequim que gerou tensão na região.

De acordo com a emissora pública australiana "ABC", os controladores de tráfego aéreo advertiram os pilotos comerciais que evitem esta área "devido ao medo de que navios de guerra chineses — que estavam na área desde a semana passada — estivessem realizando exercícios militares com fogo real".

Essa possibilidade foi posteriormente confirmada pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, que disse em uma entrevista coletiva que membros do Exército de Libertação Popular (ELP, Exército Chinês) realizam essas manobras incomuns "de maneira segura, profissional e de acordo com o direito internacional".

"O Comando do Teatro de Operações do Sul do Exército de Libertação Popular organizou a Marinha chinesa para realizar exercícios de fogo real. As manobras são conduzidas de forma segura, profissional e de acordo com a lei internacional", disse Guo, sem dar mais explicações ou detalhes sobre quanto tempo os exercícios irão durar.

Os navios estão localizados a cerca de 340 milhas náuticas (cerca de 629 quilômetros) a sudeste de Sydney, em águas internacionais, de acordo com a imprensa local, como a emissora "ABC", e sua presença gerou alertas na Austrália, que está "monitorando de perto" as embarcações, como assegurou ontem à Agência EFE a Força de Defesa australiana.

Voos de Emirates, Qantas e Air New Zealand foram desviados nas últimas horas em meio à "evolução da situação", como disse a chanceler australiana, Penny Wong, à "ABC".

A ministra disse que discutirá o assunto com seu homólogo chinês, Wang Yi, com quem terá encontro bilateral marcado para hoje na África do Sul, durante a cúpula do G20 (grupo de países desenvolvidos e emergentes) que acontece em Joanesburgo.

O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, havia declarado anteriormente que os exercícios chineses ocorreram em "águas consistentes com o direito internacional".

A Força de Defesa da Austrália disse ontem que vem coordenando com parceiros regionais, incluindo a Nova Zelândia, sua resposta à ação chinesa, que frequentemente faz viagens semelhantes por águas mais próximas de seu território e nas quais disputa territórios com países vizinhos, como as Filipinas.

A Austrália reiterou que, com suas capacidades aéreas e marítimas, está monitorando de perto essas embarcações, incluindo uma fragata da classe Jiangkai "Hengyang" do Exército de Libertação Popular da China, o navio Renhai "Zunyi" e o navio de suprimentos da classe Fuchi "Weishanhu".

Pequim reivindica quase todo o Mar da China Meridional, rico em recursos, que é essencial para o comércio global, e nos últimos anos aumentou sua influência nas ilhas do Pacífico Sul, historicamente associadas aos parceiros de EUA, Austrália e Nova Zelândia.

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