"As conclusões são chocantes e vão a irritar os australianos amantes do esporte", reagiu o ministro do Interior, Jason Clare (AFP / Greg Wood)
Da Redação
Publicado em 12 de fevereiro de 2013 às 07h49.
Sydney - O doping é frequente em todos os esportes na Austrália, afirma um relatório oficial divulgado nesta quinta-feira e que estabelece "paralelos claros" com o caso Armstrong, mas sem anunciar as modalidades mais afetadas nem citar nomes.
Os "imperativos jurídicos" explicam que o relatório não contenha nenhum nome e protejam as federações examinadas, justificou a Comissão Australiana do Crime, agência governamental responsável pela luta contra o crime organizado, terrorismo, tráfico de entorpecentes e lavagem de dinheiro.
Anabolizantes, hormônios do crescimento ou insulina "são consumidos pelos atletas profissionais na Austrália, fornecidos pelos médicos do esporte, os preparadores físicos e os serviços técnicos", denuncia o documento, que cita um "uso extenso" provado ou suposto.
"As conclusões são chocantes e vão a irritar os australianos amantes do esporte", reagiu o ministro do Interior, Jason Clare.
O documento de quase 50 páginas apresentado nesta quinta-feira estabelece "paralelos evidentes entre o que se descobriu na Austrália e a investigação da USDA (a agência americana antidoping) sobre Lance Armstrong", que no mês passado admitiu o uso de doping para vencer sete vezes o Tour de France (1999-2005).
O presidente da Federação Australiana de Críquete, James Sutherland, saiu de imediato em defesa de sua modalidade.
"Não existe nenhuma prova específica que permita acusar o críquete australiano", disse.
O presidente da Liga de Rúgbi, Dave Smith, admitiu que existem jogadores e clubes envolvidos.