Ministra das Relações Exteriores da Austrália, Julie Bishop: "Precisamos de uma frente unida para derrotar as organizações terroristas responsáveis pelo deslocamento de muitas pessoas" (Yuya Shino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 31 de agosto de 2015 às 11h54.
A Austrália pediu nesta segunda-feira a participação de mais países europeus nos ataques aéreos contra os jihadistas no Iraque, assim como na Síria, para enfrentar a crise de refugiados na Europa.
A ministra das Relações Exteriores australiana, Julie Bishop, disse que os jihadistas eram responsáveis pela fuga de centenas de milhares de migrantes à Europa e, neste sentido, considerou necessário reforçar a coalizão que luta contra eles.
"Mais de 40% das pessoas que atualmente buscam asilo na Europa são da Síria. Precisamos de uma frente unida para derrotar as organizações terroristas responsáveis pelo deslocamento de muitas pessoas", disse Bishop aos jornalistas em Sydney.
Para a chanceler australiana, além dos "quase 60 países que prestam apoio de uma forma ou de outra à coalizão liderada pelos Estados Unidos", "há muitos outros países que podem apoiar os ataques aéreos que estão se mostrando eficazes para deter" o grupo Estado Islâmico.
"Os europeus devem se envolver nos ataques aéreos da coalizão e nos esforços na Síria e no Iraque", disse Bishop em uma entrevista ao jornal The Australian.
Apenas alguns países europeus realizam ataques aéreos contra os jihadistas, entre eles França e Reino Unido, no seio de uma coalizão de potências ocidentais e árabes.
A Austrália participa com seis aviões de combate e duas aeronaves de apoio, cuja base se encontra nos Emirados Árabes Unidos.
Embora Canberra só tenha bombardeado posições do EI no Iraque, já que motivos legais a impedem no momento de agir na Síria, espera uma petição dos Estados Unidos neste mês para ampliar seus ataques ao território sírio.
Os ministros do Interior da União Europeia (UE) se reunirão em 14 de setembro em Bruxelas para buscar respostas à crise migratória, indicou no domingo o governo luxemburguês.
Durante os primeiros sete meses do ano, quase 340.000 migrantes alcançaram as fronteiras com a UE, contra 123.000 durante o mesmo período em 2014, segundo a agência europeia de vigilância de fronteiras Frontex.