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Austrália aumenta cota anual de admissão de refugiados

O país passará a receber 6, 25 mil refugiados a mais do que recebia até agora


	Sydney, Austrália: o relatório do comitê também recomendou uma espécie de cooperação com a Indonésia em tarefas de vigilância e resgate
 (Wikimedia Commons)

Sydney, Austrália: o relatório do comitê também recomendou uma espécie de cooperação com a Indonésia em tarefas de vigilância e resgate (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2012 às 12h56.

Sydney - Com intenção de reduzir o fluxo de imigrante que chega à costa australiana de forma ilegal e precária, o governo da Austrália decidiu aumentar para 20 mil a sua cota anual de admissão de refugiados, anunciou nesta quinta-feira a primeira-ministra, Julia Gillard.

Com esta medida, proposta ao Executivo na última semana por um comitê de analistas, o país passará a receber 6, 25 mil refugiados a mais do que recebia até agora. Apesar de já ter sido aprovada, essa medida deverá entrar em vigor somente no início do próximo ano.

Desta forma, o governo pretende fazer com que as pessoas que se arriscam para chegar à Austrália passem a usar uma via legal, ou seja, sem recorrer às viagens clandestinas pelas costas do país e às redes dedicadas ao tráfico de seres humanos.

"A mensagem número um é se você conseguir um navio corre o risco de ser transferido aos centros de Nauru e Papua Nova Guiné. Mas, a mensagem número dois é para aqueles que permaneceram. Ou seja, haverá mais vagas disponíveis na Austrália", disse a chefe do Executivo em entrevista coletiva.

O aumento da cota de aceitação de refugiados foi anunciado após a aprovação de uma nova lei, a qual estabelece a abertura de centros de triagem em Papua Nova Guiné e Nauru para examinar os pedidos de asilo por parte dos imigrantes ilegais.

Em 2008, o Governo do primeiro-ministro Kevin Rudd, do Partido Trabalhista - agora liderado por Julia Gillard -, fechou o centro de Nauru, criado sete anos antes pela chamada "Solução do Pacífico", impulsionada pelo Executivo conservador de John Howard.


A abertura dos dois centros foi uma das 22 recomendações incluídas no relatório do grupo de analistas, criado por Julia por causa do aumento do número de embarcações que tentam chegar à costa australiana com imigrantes ilegais a bordo.

Segundo dados do Governo, desde o fechamento do centro de Nauru, em 2008, 21.957 pessoas (389 embarcações) chegaram à Austrália em busca de asilo, sendo que 7.629 pessoas (118 embarcações) chegaram ainda neste ano.

O relatório do comitê também recomendou uma espécie de cooperação com a Indonésia em tarefas de vigilância e resgate, além de aumentar o número de admissões por razões humanitárias, de 13,75 mil a 20 mil anuais, com a possibilidade de subir até 27 mil em cinco anos.

Além disso, a medida também cita uma recuperação dos acordos com a Malásia. Neste, o governo australiano trocaria 800 imigrantes em busca de asilo por cerca de 4 mil refugiados que se encontram em centros malaios.

Entre outubro de 2001 e junho de 2012, 964 pessoas morreram ou foram dadas como desaparecidas em alto-mar, segundo os dados do governo australiano. 

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