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Ausência de negros é reflexo da realidade, diz Fifa

Jeffrey Webb disse hoje que há uma ausência de negros em cargos administrativos no futebol em várias partes do mundo


	Sede da Fifa: negros também estão subrepresentados em outras áreas, disse vice-presidente
 (Harold Cunningham/Getty Images)

Sede da Fifa: negros também estão subrepresentados em outras áreas, disse vice-presidente (Harold Cunningham/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2014 às 17h46.

São Paulo - O vice-presidente da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Jeffrey Webb, disse hoje (3) que há uma ausência de negros em cargos administrativos no futebol em várias partes do mundo.

“Essa é a percepção sobre uma realidade infeliz”, disse, ao avaliar que os negros também estão subrepresentados em outras áreas. Segundo Webb, que também é diretor da Força-Tarefa Antirracismo da Fifa, o futebol não abraçou a diversidade e a integração em cargos de mais prestígio, como o de treinador.

“Há um reflexo em campo dessa falta de diversidade. A mesma coisa acontece nas empresas, nos clubes e nas associações”, avaliou Webb, em entrevista sobre racismo no futebol.

Ao assumir o cargo na Força-Tarefa, em 2013, o vice-presidente da Fifa se propôs a compreender as oportunidades para as pessoas pretas e pardas no futebol, uma vez que é grande o número de jogadores negros. “O Cafu [ex-jogador brasileiro] disse que isso não existe no Brasil. Em alguns lugares do mundo estamos avançando, em outros, não”, disse.

Na avaliação do capitão do Brasil no pentacampeonato, a presença de apenas dois técnicos negros na primeira divisão do Campeonato Brasileiro é “coincidência”. Ele acredita que, no país do futebol, são muitos os negros no alto escalão. “Isso depende muito da capacidade intelectual da pessoa e não da cor”, declarou. “Mas é óbvio que se forem dadas mais oportunidades para uma pessoa que não tem tantas condições, tanto direito à igualdade, ela vai se destacar”, completou.

Levantamento da Rádio Nacional aponta que dos 20 times que participam, este ano, da maior competição do futebol nacional, apenas dois têm treinadores negros: o Fluminense, do Rio de Janeiro, comandado por Cristóvão Borges, e o Chapecoense, de Santa Catarina, por Celso Rodrigues.

Auxiliar-técnico da seleção de Trindad e Tobago, o ex-jogador Dwight Yorke, que brilhou no Manchester United, também acredita que as oportunidades aparecem com a qualificação, mas vê um problema: “O fato é que há muito jogadores que gostariam de ser técnicos, mas sentem que não terão oportunidade para tal”, declarou, ao participar da entrevista. Na avaliação dele, com ações de combate ao racismo, a Fifa também deve atacar o problema.

“Esperamos que com novos regulamentos haja igualdade de oportunidades. Isso [a ausência de negros entre os treinadores] é algo que devemos corrigir”, completou.

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