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Aumento de emissões perigosas quase dobra em 10 anos

Apesar do baque na economia, ritmo de crescimento das emissões na primeira década do séc. 21 foi maior que nos 30 anos anteriores. Fome por carvão puxa alta


	Usinas: por trás da alta expressiva das emissões está a queima de carvão para geração de energia
 (Getty Images)

Usinas: por trás da alta expressiva das emissões está a queima de carvão para geração de energia (Getty Images)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 11 de abril de 2014 às 15h06.

São Paulo – Nem a crise econômica conseguiu frear as emissões globais de gases de efeito estufa (GEE), vilões do aquecimento global. Mesmo com a desaceleração, as emissões cresceram quase duas vezes mais rápido na primeira década do século 21 que nos 30 anos anteriores.

A informação consta em um rascunho da terceira parte do quinto relatório do IPCC, o painel de experts em clima da ONU, obtido pelo jornal The Guardian. O documento deve ser divulgado oficialmente no próximo dia 13.

O rascunho adverte que o atraso nos cortes de emissões para além de 2030 tornaria mais difícil evitar as graves consequências das mudanças climáticas.

Segundo o estudo, a alta foi de 2,2% por ano, em média, entre 2000 e 2010, em comparação com 1,3% ao ano durante todo o período de 1970-2010.

Fome por carvão

Por trás da alta expressiva está o uso de carvão para geração de energia. Entre 2010 e 2011, as emissões globais provenientes da queima de combustíveis fósseis cresceram 3%, aponta o documento.

China e Índia puxaram a alta no consumo dessa fonte, que é uma grande fonte de poluição atmosférica, destaca o relatório.

Atualmente, existem mais de 1.000 novas usinas em construção pelo mundo. A maioria dos projetos estão naqueles dois países.

E muitos deles vão gerar energia para a produção de bens que serão vendidos para a Europa e os Estados Unidos.

Atualmente, a geração de energia a partir do carvão supre quase 80% da demanda da China, o país mais faminto por essa fonte.

Para a saúde, o saldo é assustador: cerca de 750 mil pessoas morrem no país a cada ano, vítimas da poluição do ar, segundo estudo recente do Banco Mundial.

Na Índia, quase 70% da matriz energética é dominada pelo carvão.

Essa dependência é responsável por uma crise socioambiental que custa cerca de 4,6 bilhões de dólares para o sistema de saúde indiano, segundo estudo levado a cabo pela Ong Urbans Emissions.

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