Angela Merkel: o apoio ao bloco conservador de Merkel baixou 2,5 pontos percentuais a 32,5 por cento, o ponto mais baixo desde a eleição de 2013 (Fabrizio Bensch / Reuters)
Da Redação
Publicado em 19 de janeiro de 2016 às 13h01.
Berlim - Um grupo de parlamentares conservadores insistiu para que Angela Merkel reverta sua política de portas abertas a refugiados conforme uma pesquisa mostrou nesta terça-feira uma queda no apoio do bloco à chanceler, aumentando as chances de a governante se ver no meio de profundas divisões em sua coligação de direita-esquerda.
Com três importantes eleições regionais ocorrendo em março, Merkel enfrenta o período mais difícil de seus 10 anos de governo com a crise de refugiados.
Aliados conservadores na Bavária, o ponto de entrada para a maioria dos imigrantes, estão regularmente rompendo com a posição do governo e a desaprovação também se instala em seus parceiros de coalizão, o Partido Social Democrata (SPD, na sigla em alemão). Alguns meios de comunicação até mesmo começaram a especular sobre o futuro de Merkel.
Uma pesquisa Insa do jornal Bild divulgada nesta terça-feira mostrou que o apoio ao bloco conservador de Merkel baixou 2,5 pontos percentuais a 32,5 por cento, o ponto mais baixo desde a eleição de 2013.
A pesquisa também divulgou dados mostrando que a Alternativa para a Alemanha (AfD), de direita e que faz campanha contra os refugiados, subiu 1 ponto para 12,5 por cento.
A AfD tem ganhado apoio com preocupações a respeito dos imigrantes, agravada pelos ataques sexuais às mulheres em Colônia e outras cidades durante o Ano Novo, atribuídos em grande parte aos que buscam asilo, e é provável que tenham grandes ganhos em três Estados nas eleições de março.
"Há uma tendência clara contra os conservadores na Alemanha. O tempo é curto para transformar este sentimento antes das votações regionais em março," disse o chefe da Insa, Hermann Binkert, ao Bild.
A insistência de Merkel de que a Alemanha conseguirá lidar com o fluxo de entrada de 1,1 milhão de imigrantes no ano passado e mais este ano, irritou as autoridades locais que lutam para abrigar as pessoas, muitas delas vindas de zonas de guerra na Síria e de outros países do Oriente Médio.