Homens armados perto de Galkayo, Somália: A Somália vive em um estado de guerra e caos permanente desde 1991, quando foi derrubado o ditador Mohammed Siad Barre. (Roberto Schmidt/AFP)
Da Redação
Publicado em 15 de abril de 2013 às 17h23.
Mogadíscio - Pelo menos 29 pessoas morreram e outras 58 ficaram feridas nos atentados de domingo em Mogasdíscio, segundo o último balanço de vítimas divulgado nesta segunda-feira pelo primeiro-ministro somali, Abdi Farah Shirdon.
Citado pelo site da rede somali "Shabelle", Shirdon, que visitou o complexo judicial atacado e um hospital da capital, indicou que sete feridos se encontravam em estado grave e que os mortos seriam honrados com um funeral de Estado.
Além disso, alertou sobre a presença de experientes combatentes estrangeiros entre os membros da milícia radical islâmica Al Shabab, por isso que considerou que o conflito alcançou níveis internacionais.
"Estamos preocupados pela intervenção estrangeira no ataque de ontem e por isso estamos trabalhando duro com nossos parceiros internacionais em questões de segurança e compartilhando relatórios de inteligência", disse Shirdon.
No entanto, o primeiro-ministro da Somália afirmou que seu Governo seguirá trabalhando pela paz e a segurança, as prioridades do Executivo somali.
"Não deixaremos que este desprezível ataque impeça nosso programa de reforma. Ontem foi trágico, mas a segurança é nossa máxima prioridade. Ordenei uma investigação para compreender como pôde acontecer. Reforçamos a segurança em torno dos edifícios importantes", acrescentou Shirdon.
O grupo Al Shabab reivindicou ontem a autoria dos ataques através de uma mensagem no Twitter.
Vários radicais assaltaram o recinto que abriga os tribunais de justiça, para o qual também usaram um carro-bomba.
Após uma hora de troca de tiros com as forças de Segurança somalis, nove dos atacantes morreram.
Em um atentado quase simultâneo, outro carro-bomba atacou um veículo do Crescente Vermelho que transportava trabalhadores humanitários da Turquia.
A Somália vive em um estado de guerra e caos permanente desde 1991, quando foi derrubado o ditador Mohammed Siad Barre, o que deixou ao país sem um Governo efetivo e em mãos de milícias radicais islâmicas, senhores da guerra que respondem aos interesses de um clã determinado e grupos de delinquentes armados.
Apesar dos avanços no terreno político conquistados no ano passado, o novo Executivo ainda não conta com um controle absoluto do território, com amplas zonas do centro e o sul da Somália sob domínio de Al Shabab.