Summers foi conselheiro de Obama, secretário do Tesouro do governo do presidente Bill Clinton, reitor da Universidade de Harvard e economista-chefe do Banco Mundial (Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 26 de julho de 2013 às 11h51.
Washington - O presidente Barack Obama pode estar a meses de anunciar seu indicado para substituir o chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke, mas críticos já fazem um esforço público incomum para eliminar um dos cotados para o cargo, o ex-secretário do Tesouro Lawrence Summers.
O esforço de oposição não vem dos republicanos, mas da ala esquerda do Partido Democrata. Summers foi conselheiro de Obama, secretário do Tesouro do governo do presidente Bill Clinton, reitor da Universidade de Harvard e economista-chefe do Banco Mundial. Ele ajudou a controlar a crise financeira asiática que ameaçou varrer o globo durante o governo Clinton.
Mas os liberais o culpam por liderar a desregulamentação financeira que eles acusam ter ajudado a criar a crise financeira internacional, e dizem que o trabalho de Summers no fundo hedge D.E. Shaw o tornam a personificação de uma ligação entre Wall Street e o governo.
Alguns democratas poderosos, incluindo o ex-secretário do Tesouro e ex-executivo do Citigroup Robert Rubin, têm defendido Summers nos bastidores, de acordo com múltiplas fontes com ligações íntimas com o Fed ou com a Casa Branca.
Se Obama escolher Summers, ele o estará selecionando em detrimento da vice-chairwoman do Fed, Janet Yellen, que é vista como a outra principal candidata para o cargo.
A expectativa é de que Yellen e Summers atuem de maneira bem próxima do curso de política estabelecido por Bernanke.
Defensores de Summers argumentam que ele deve ter uma vantagem, dada sua experiência de administração da crise.
De acordo com assessores, os democratas do Senado que se opõem a Summers escreveram uma carta pedindo a Obama para escolher Yellen, que tem sido um dos principais impulsos nos esforços do Fed para estimular a lenta recuperação da economia dos Estados Unidos utilizando políticas monetárias não convencionais. Yellen seria a primeira mulher a comandar o banco central.
O senador democrata Sherrod Brown de Ohio está circulando a carta, disseram os assessores. Não estava claro quantos senadores assinaram, mas muitos democratas já se manifestaram a favor de Yellen e contra Summers.
"Eu sou a favor de Janet Yellen. Estou assumindo essa posição", disse à Reuters o senador democrata Tom Harkin de Iowa.
O segundo mandato de quatro anos de Bernanke no comando do banco central termina em 31 de janeiro de 2014. Embora ele ainda não tenha discutido seus planos, é amplamente esperado que ele deixe o cargo.
Uma pessoa com relações próximas à administração Obama disse que ela tem razões para acreditar que o presidente está considerando Summers, e talvez até tendo preferência por ele. A fonte disse que Obama provavelmente deve ver os laços de Summers com Wall Street e a experiência na administração da crise como atributos importantes.