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Atual presidente da Ucrânia e comediante disputam 2º turno de eleição

A entrada na União Europeia e na Otan são promessas de campanha de ambos os candidatos

Ucrânia: o comediante Zelenskiy denuncia a corrupção e interpreta um presidente na TV (Gleb Garanich/Reuters)

Ucrânia: o comediante Zelenskiy denuncia a corrupção e interpreta um presidente na TV (Gleb Garanich/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de abril de 2019 às 12h27.

Kiev — Os ucranianos votam neste domingo no segundo turno da eleição presidencial no país. Pesquisas de opinião antes da eleição mostraram que o presidente Petro Poroshenko, de 53 anos, está atrás do ator Volodymyr Zelenskiy, refletindo consternação pública com a corrupção endêmica da Ucrânia, a economia em dificuldades e uma luta de cinco anos contra insurgentes apoiados pela Rússia no leste do país.

Zelenskiy, de 41 anos, é um comediante que denuncia a corrupção no país e desempenha o papel de presidente em uma comédia de TV. Ele recebeu duas vezes mais votos do que Poroshenko no primeiro turno há três semanas. Em uma sitcom, ele interpreta um professor que assume a presidência depois que um vídeo dele criticando a corrupção se torna viral. Na campanha, ele também se concentrou no combate à corrupção, aproveitando a onda de desconfiança pública contra a elite política da Ucrânia. "Eu cresci sob os velhos políticos e só vi promessas vazias, mentiras e corrupção", disse Lyudmila Potrebko, uma programadora de computadores de 22 anos que votou em Zelenskiy. "É hora de mudar isso."

Poroshenko, que era um bilionário magnata da indústria de doces antes de assumir o cargo, contou com a tradicional organização política, e as redes de televisão cobriram extensivamente seus eventos de campanha. Zelenskiy evitou entrevistas e fez campanha principalmente no Instagram, onde tem 3,7 milhões de seguidores. Depois que Zelenskiy votou no domingo, a polícia entregou a ele uma intimação judicial por não manter sua cédula longe das câmeras, um delito administrativo punível com uma multa de US$ 30.

Os candidatos se envolveram em ferozes críticas mútuas. Encerrando a campanha com um momento melodramático, os dois caíram de joelhos durante um debate no maior estádio esportivo do país, na sexta-feira, para pedir perdão àqueles que perderam parentes na frente de batalha no leste do país. Milhões de ucranianos que vivem no leste controlado por rebeldes pró-Rússia e na Crimeia anexada à Rússia não poderão votar. A Rússia tomou a Crimeia em 2014, em um movimento que a Ucrânia e quase todo o mundo consideram ilegal. Os embates no leste após a anexação russa da Crimeia já mataram mais de 13 mil pessoas.

O presidente fez campanha com a mesma promessa de 2014: liderar a nação de 42 milhões de pessoas à União Europeia e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). No entanto, a Ucrânia enfrenta problemas econômicos, corrupção generalizada e luta no leste do país. Um acordo sem visto com a UE gerou o êxodo de milhões de trabalhadores qualificados em busca de melhores condições de vida noutros países da Europa. Falando sobre o rival, o presidente advertiu os eleitores que "pode ser engraçado no começo, mas a dor pode vir na sequência".

Como Poroshenko, Zelenskiy prometeu manter a Ucrânia em seu rumo pró-ocidental, mas disse que o país só deveria ingressar na Otan se os eleitores derem sua aprovação em um referendo. Ele disse que sua prioridade máxima seria promover conversas diretas com a Rússia para acabar com os combates no leste da Ucrânia. Fonte: Associated Press.

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