Atenas vem rejeitando cortes de benefícios e aumentos de impostos que a UE e o FMI demandam (Kim Kyung-Hoon/Reuters)
Da Redação
Publicado em 5 de junho de 2015 às 14h29.
Atenas - A decisão da Grécia de atrasar um pagamento de empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI) assustou o mercado de ações de Atenas nesta sexta-feira, mas fontes do mercado financeiro disseram ser improvável que isso precipite uma corrida aos bancos e leve a controles de capital.
Atenas empacotou o pagamento de uma dívida de 300 milhões de euros que vence nesta sexta-feira com outras a serem pagas no final deste mês, com o primeiro-ministro Alexis Tsipras, pressionado por apoiadores de esquerda, urgindo por mudanças nos duros termos que os credores do FMI e da União Europeia estão exigindo para liberar ajuda para Atenas e evitar o calote.
Banqueiros minimizaram a possibilidade de que o atraso possa levar a controles de capital do tipo que o Chipre impôs durante a crise de 2013, fechando bancos por quase uma quinzena e restringindo os pagamentos em euros no exterior por muito mais tempo.
"Se isso é lido como um pedido da Grécia por mais algum tempo para fazer os pagamentos enquanto tenta fechar um acordo com os credores, é improvável que se transforme em um problema e traga controles de capital", disse um banqueiro à Reuters.
"Isso mostra (que o governo está) apertado em recursos e esgotando o tempo teórico que tem. Mas também depende da percepção dos depositantes", acrescentou.
Diante do recuo em depósitos desde outubro, bem antes do governo liderado pela esquerda ter assumido o poder em janeiro, os bancos tornaram-se dependentes de financiamento de emergência do Banco da Grécia, com autorização do Banco Central Europeu, em Frankfurt.
Atenas vem rejeitando cortes de benefícios e aumentos de impostos que a UE e o FMI demandam antes de liberar novos empréstimos para o país evitar o calote.
Outro banqueiro grego criticou as táticas do governo. "Eu vejo isso como uma tática de pressão que prolonga o drama. A investida de agrupar pagamentos ao FMI repousa sobre a visão tola de que isso poderia assustar a Europa, mas por si só não irá trazer (a possibilidade de) controles de capital para mais perto", disse o banqueiro.