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Da Redação
Publicado em 14 de maio de 2014 às 09h59.
Cabul - A Comissão Eleitoral do Afeganistão (IEC) anunciou nesta quarta-feira que a divulgação dos resultados do primeiro turno das eleições presidenciais no país será atrasada e não tem data para ocorrer, pois ainda restam muitas denúncias de fraude para serem investigadas.
O porta-voz da ICE, Noor Mohammed Noor, disse em entrevista coletiva em Cabul que os resultaram serão adiados até a Comissão de Queixas Eleitorais (ECC) analisar as denúncias. A votação foi realizada em 5 de abril.
Noor afirmou que o número de queixas pendentes impede a divulgação de dados definitivos do primeiro turno, mas a demora não se deve a problemas técnicos, mas ao fato do ECC ter demorado mais do que o previsto para comunicar sobre as fraudes.
O porta-voz da ECC, Nader Mohsini, declarou à emissora "Tolo" que as queixas já foram enviadas à Comissão Eleitoral.
"Uma avaliação transparente requer tempo e avaliamos com exatidão as queixas" com base em provas e documentos que "se ajustem à lei", acrescentou Mohsini.
Os resultados preliminares apontaram como vencedor do primeiro turno Abdullah Abdullah, que obteve 44,9% dos votos, seguido por Ashraf Gani, com 31,5%, o que levaria ambos a se enfrentarem novamente no segundo turno, marcado para 7 de junho.
Membros da equipe eleitoral de Abdullah denunciaram ontem que dos quase sete milhões de votos introduzidos nas urnas, cerca "900 mil necessitavam ser esclarecidos".
As eleições presidenciais de 2009 foram marcadas pela polêmica de supostas fraudes, que levaram Abdullah a retirar sua candidatura no segunda turno contra o atual presidente afegão, Hamid Karzai.
As eleições decidem o sucessor de Karzai, no cargo há mais de doze anos após ganhar as duas últimas eleições, em 2004 e 2009. A Constituição afegã impede um terceiro mandato.
No primeiro turno, em 1.130 dos 20.561 colégios eleitorais a votação não pôde ser realizada por problemas de insegurança ou de infraestrutura.
O desenvolvimento do pleito, no entanto, foi elogiado pelos aliados do Afeganistão, que consideraram a participação alta apesar da ameaça dos talebans contra quem participasse do processo eleitoral.