Manifestante participa de protesto contra o filme "Inocência dos Muçulmanos", em setembro de 2012 (Bay Ismoyo/AFP)
Da Redação
Publicado em 16 de setembro de 2014 às 20h59.
Um segundo ator processou o Google por causa do trailer do filme "Innocence of Muslims" que caçoa do profeta Mohammad e levou a revoltas em 2012. Seis meses atrás uma corte norte-americana decidiu a favor de um outro ator e ordenou que o filme fosse removido do YouTube.
Gaylord Flynn diz que recebeu ameaças de morte e teme por sua vida enquanto o Google continua a disponibilizar aos seus usuários o acesso ao filme através de websites de conteúdo pirateado, conhecidos como sites de torrent, de acordo com o processo, aberto na última sexta-feira em um tribunal na California.
Flynn, que também está processando o cineasta, Nakoula Basseley, disse que o Google se recusou a bloquear o acesso ao filme, mesmo após a decisão de uma corte norte-americana ter ordenado a remoção do servidor de compartilhamento de vídeos do Google, o YouTube.
No caso, a atriz Cindy Lee Garcia processou o Google para conseguir uma interdição, argumentando que ela era a proprietária dos direitos criativos de sua performance. Garcia também disse ter recebido ameaças de morte.
O Google argumentou na época que a interdição concebia uma violação de restrição à liberdade de discurso, de acordo com a Constituição norte-americana. A empresa demanda uma nova audiência diante da corte de apelações.
Nem o advogado de Flynn, Cris Armenta, que também representou Garcia, nem o representante do Google estavam disponíveis imediatamente para comentário sobre o assunto.
O filme "Innocence of Muslims", que retrata Mohammad como um desvairado sexual e um idiota, provocou uma série de distúrbios contra os EUA no Egito, Líbia e outros países em 2012, e coincidiu com um ataque a instalações diplomáticas em Benghazi que matou quatro norte-americanos, incluindo o embaixador dos EUA na Líbia.
Flynn afirma que o diretor do filme escondeu a verdadeira natureza de sua produção. Ele acreditava ter sido contratado para um filme chamado "Desert Warrior" e nunca consentiu que o filme fosse "religiosamente orientado ou propagasse discursos de ódio".