EUA: Andrew Fuller acusa George Drew de submetê-lo a vários tipos de humilhação (Jonathan Ferrey/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 30 de janeiro de 2018 às 21h50.
Nova York - O ginasta Andrew Fuller revelou nas redes sociais que sofreu abusos por um dirigente da Federação de Ginástica dos Estados Unidos.
A afirmação foi feita uma semana depois de o médico da entidade, Larry Nassar, ser condenado a 175 anos de prisão por abusar de mais de 100 atletas, entre elas as campeãs olímpicas Simone Biles, Gabby Douglas, Aly Raisman e Jordyn Wieber.
No Twitter, Andrew Fuller acusa George Drew, diretor dos programas de ginástica de trampolim da federação entre 2015 e 2017, de submetê-lo a vários tipos de humilhação quando foi recrutado para treinar e viver com ele, em Michigan.
Quando pensou em denunciar o abusador, o ginasta afirma que se sentiu "ainda mais traumatizado pelo sistema", pois teria de conviver com o estigma de ser uma "vítima masculina".
"Eu era forçado a tomar pílulas que não queria. Era forçado a fazer tarefas que me humilhavam", escreveu o rapaz nas redes sociais.
No relato, Andrew Fuller ainda revelou que, em certa ocasião, foi drogado e, quando acordou, descobriu que havia sido tatuado.
O ginasta abandonou o local de treinamento, que também tinha instalações para alojar os atletas. O diretor se aposentou do cargo na federação no ano passado. Segundo Fuller, ele ainda recebe atletas em casa.
Andrew Fuller é a primeira vítima masculina do escândalo da federação de ginástica. Na semana passada, o ex-médico americano Larry Nassar foi condenado a 175 anos de prisão por molestar ginastas da Universidade de Michigan e da seleção olímpica.
Pais e atletas estão processando a federação de ginástica e o Comitê Olímpico dos Estados Unidos por omissão nos casos de abuso, que se estenderam por mais de 20 anos.