Nadia Murad e Lamiya Aji Bashar: as ativistas receberam o Prêmio Sakharov (Vincent Kessler/Reuters)
EFE
Publicado em 13 de dezembro de 2016 às 14h56.
Última atualização em 13 de dezembro de 2016 às 14h56.
Estrasburgo - As ativistas yazidis Nadia Murad e Lamiya Aji Bashar, ganhadoras Prêmio Sakharov 2016 do Parlamento Europeu (PE), pediram nesta terça-feira apoio internacional para levar o Estado Islâmico ao Tribunal Penal Internacional (TPI) pelo genocídio dos yazidis e para estabelecer uma área de proteção para as minorias no Iraque.
"Esperamos que o Parlamento Europeu e o mundo levem o genocídio dos yazidis até o Tribunal Penal Internacional para fazer justiça e que o autodenominado Estado Islâmico preste contas para evitar que no futuro comentam estas atrocidades", pediu Lamiya em discurso.
"Acredito - acrescentou Nadia - que a comunidade internacional deve estabelecer, além disso, uma área ou zonas de segurança para estas minorias no Iraque, coordenada pelo governo Iraquiano e as autoridades do Curdistão".
Além disso, continuou a ativista, "peço à Europa que abra suas portas aos yizadis, como ocorreu após o Holocausto".
Nadia Murad e Lamiya Aji Bashar, que receberam o prêmio usando o traje típico de sua comunidade, são "heroínas", afirmou o "emocionado" Martin Schulz, presidente do PE, que ofereceu aos yazidis o respaldo da Eurocâmara para que o genocídio de seu povo, "um dos mais antigos da humanidade", chegue ao TPI para que tais crimes "não fiquem impunes".
Schulz destacou a presença no plenário de familiares e amigos das ativistas, entre eles o irmão mais novo de Lamiya, que estava em um campo de refugiados e ontem pôde reencontrá-la em Estrasburgo.
Também estavam na cerimônia os outros indicados ao prêmio: o jornalista turco Can Dündar e o ativista tártaro Mustafa Dzhemilev.
No ano passado, a Eurocâmara concedeu o Prêmio Sakharov ao blogueiro Raif Badawi, preso por "insultar o Islã" na Arábia Saudita, e Schulz pediu às autoridades do país para colocá-lo em liberdade "imediatamente".