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Ativistas resgatadas de extremistas do EI ganham Prêmio Sakharov

As duas jovens yazidis, uma minoria religiosa vítima do genocídio terrorista, foram sequestradas pelos jihadistas em 2014

Nadia Murad: "Estas duas mulheres são um símbolo de que não se deve ter medo do terrorismo" (Chris Wattie/Reuters)

Nadia Murad: "Estas duas mulheres são um símbolo de que não se deve ter medo do terrorismo" (Chris Wattie/Reuters)

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EFE

Publicado em 27 de outubro de 2016 às 10h02.

Estrasburgo - As ativistas yazidis Nadia Murad e Lamiya Aji Bashar, vítimas de escravidão sexual perpetrada pelo Estado Islâmico (EI) no Iraque, ganharam nesta quinta-feira o prêmio Sakharov concedido pelo Parlamento Europeu (PE).

Nadia Murad e Lamiya Aji Bashar, duas jovens pertencentes a esta minoria religiosa vítima do genocídio terrorista, foram sequestradas pelos jihadistas em 2014, quando estes tomaram sua cidade natal, Sinjar, da qual fugiram outras 200 mil pessoas.

As sobreviventes desse massacre, hoje residentes na Alemanha e porta-vozes das vítimas sexuais do EI, se impuseram ao jornalista turco Cao Dündar, preso e agora no exílio, e o líder tártaro da Crimeia Mustafa Dzhemilev, dissidente soviético e parlamentar ucraniano.

A candidatura de Murad e Bashar foi respaldada pelos grupos socialista (S&D) e o dos liberais (ALDE) e obteve finalmente a maioria na conferência de presidentes, que toma a decisão final e na qual se reúnem os presidentes dos grupos políticos com o presidente da Eurocâmara, Martin Schulz.

"Acredito que é uma decisão simbólica e significativa, apoiar estas duas sobreviventes que vieram à União Europeia (UE) como refugiadas, e às quais apoiamos por sua luta pela dignidade e por dar testemunho como testemunhas destas atrocidades", declarou Schulz ao sair da reunião.

Segundo Schulz, a UE deve "apoiar com todos os meios", além do prêmio, "a luta contra a impunidade de que violaram os direitos fundamentais".

"Estas duas mulheres são um símbolo de que não se deve ter medo do terrorismo. É preciso se proteger com os meios necessários, e lutar contra a estratégia de intimidar", concluiu o socialista alemão.

O líder dos liberais, Guy Verhofstadt, declarou que ambas são "mulheres inspiradoras que mostraram uma incrível coragem e humanidade diante da brutalidade impiedosa".

Murad e Bashar foram sequestradas em 2014, vendidas e revendidas em várias ocasiões como escravas sexuais, e conseguiram finalmente, em distintas circunstâncias, fugir para a Alemanha, onde ambas residem atualmente.

O prêmio Sakharov, que no ano passado foi dado ao blogueiro saudita Raif Badawi e neste será entregue às ganhadoras em cerimônia em 14 de dezembro em Estrasburgo, é concedido pela Eurocâmara desde 1988 para distinguir pessoas e organizações que defendem os direitos humanos e as liberdades fundamentais.

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