Cédric Herrou: o ativista também foi impedido de sair de território francês e estar em qualquer estação de trem da região (Cédric Herrou/Facebook/Divulgação)
EFE
Publicado em 8 de agosto de 2017 às 12h18.
Paris - O agricultor e ativista francês Cédric Herrou foi condenado nesta terça-feira em segunda instância a 4 meses de prisão, isentos de cumprimento, por ter ajudado 200 imigrantes a entrar de maneira ilegal no país.
Herrou, que reside a poucos quilômetros da fronteira com a Itália e é conhecido por seu apoio às centenas de pessoas que a cada dia tentam atravessá-la, já havia sido punido com uma multa de 3 mil euros em fevereiro.
No entanto, a Promotoria recorreu da decisão do Tribunal de Nice, no sudeste da França, após considerar que o militante, de 37 anos, não tinha recebido uma pena bastante dura.
Este habitante do vale do Roya, que começa na França e chega até a localidade italiana de Ventimiglia, foi condenado também hoje a pagar mil euros por danos e interesses à companhia ferroviária francesa SNCF por ter ocupado um local abandonado, propriedade desta, para alojar cerca de 50 eritreos.
O homem também foi impedido de sair de território francês e estar em qualquer estação de trem da região, e também foi obrigado a se apresentar a cada 15 dias no tribunal local.
Herrou, membro da associação de ajuda a imigrantes "Roya Citoyenne", anunciou que recorrerá desta nova sentença, que considera "influenciada pela política de extrema direita".
"Não me arrependo de nada, fiz com prazer e continuarei lutando", assegurou ao sair do Tribunal antes de denunciar um "racismo de Estado" e pedir que o presidente francês, Emmanuel Macron, se posicione.
A condenação foi qualificada pelo tribunal de segunda instância de "advertência" a este ativista, que chegou a acolher quase 400 imigrantes por semana.
A fronteira entre a Itália e a França é fonte de tensões entre ambos Estados por causa das centenas de pessoas, em sua maioria de origem afegão ou eritreo, que todos os dias tentam atravessá-la para seguir seu caminho para o norte da Europa ou reclamar o status de refugiado no país.